Água Viva deve ir a leilão judicial no dia 28

20 de Agosto de 2025

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Água Viva deve ir a leilão judicial no dia 28
O patrimônio imobilizado do Água Viva Thermas Clube de Fernandópolis poderá ir a leilão judicial no próximo dia 28, caso o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) não acolha o recurso que visa à sustação do leilão.
A decisão de alienar em hasta pública o patrimônio do clube – avaliado em R$ 6 milhões – foi do juiz da Vara do Trabalho de Fernandópolis. A praça única foi designada para as 14h do dia 28 de fevereiro, no Fórum da Justiça do Trabalho de Rio Preto, já que atualmente os leilões trabalhistas da região são concentrados naquela cidade.
O hotel do clube possui 44 apartamentos, dez chalés, piscinas, salões de festa, quiosques, restaurantes e outras benfeitorias, erguidas numa área de 14,4 alqueires no km 2 da Rodovia “João Carlos Estuque”, em frente ao aeroporto de Fernandópolis.
Segundo um advogado que atua na comarca, caso o clube seja vendido, os sócios perderão os direitos relativos ao título associativo: “É como se cada sócio tivesse ‘falido’ junto com o clube”, explicou.
Atualmente, o Água Viva é administrado pelo escritório Roberto Keppler Advogados e Associados, de São Paulo, que designou para o comando do empreendimento o advogado Wladimir Nery Saprudsky. A reportagem não conseguiu localizá-lo por telefone.

Dívida trabalhista supera R$ 2 milhões

As mais de 40 ações trabalhistas contra o Água Viva foram reunidas num único processo pela juíza Adriana Perin, antiga titular da Vara do Trabalho de Fernandópolis.
Segundo o advogado Ronaldo Malacarne de Oliveira, que atua na maioria das ações, os débitos, somados, atingiram em dezembro R$ 1,7 milhão, mais multa de 10% por litigância de má fé. O total da dívida, naquele mês, era de R$ 1,88 milhão.
“Só que há dois processos que não fizeram parte da unificação, portanto a dívida deve passar dos R$ 2 milhões”, explicou Oliveira. A execução em curso, de acordo com o advogado, não inclui os débitos previdenciários.
O clube foi fundado durante a primeira gestão do prefeito Milton Leão (1977 – 1982) e nasceu a partir da constatação de que a água que jorrou em 1976 no Poção I da Sabesp era quente (cerca de 58º) e termal.
O pediatra goiano César Baiochi comandou a estruturação do Água Viva, com base em experiência similar em Caldas Novas (GO). Na época, ele apostava na liberação dos cassinos no Brasil. Isso não aconteceu e o médico-empresário voltou para Goiânia.
Esta semana, o anúncio do leilão entristeceu muitos fernandopolenses, como o empresário Antonio Carlos Catelani, que trabalhou no clube até 1994. Catelani lamentou a situação atual do Água Viva. “Espero que ele seja assumido por empresários do setor”, afirmou.
Na terça-feira, antes da sessão da Câmara, o vereador André Pessuto revelou que os vereadores e o prefeito Vilar têm feito contatos com grupos de empresários que poderiam adquirir o clube. “Há dois grandes grupos que manifestaram interesse pelo assunto”, disse Pessuto.