Quando chegar às bancas, no início de março, a revista C-Comunic marcará o nascimento de um novo estilo editorial em Fernandópolis. Com projeto gráfico diferenciado e inovador, C-Comunic tratará temas da cidade e região de forma aprofundada, permitindo ao leitor ir além da mera informação pontual. Nosso objetivo é, além de transmitir informações, discutir as origens dos fatos e como eles afetarão, individual e coletivamente, cada um de nós, Explica Glenda Scandiuzi, a diretora da revista. Formada em Comunicação Social, com habilitação em publicidade e propaganda pela Unifev e vasta experiência profissional em Fernandópolis, Glenda é diretora do jornal CIDADÃO e da agência de publicidade que leva o mesmo nome da revista. Ela garante que a nova publicação terá uma linguagem leve, com predomínio de temas alto astral e articulistas de texto moderno e sintonizado com a atualidade. Apesar de tantos compromissos, ela ainda dá um jeito de se atirar a projetos humanitários, como a campanha recentemente lançada em favor das vítimas das chuvas na serra fluminense. Sem deixar de se dedicar a Juca, Dudu e Fernando, claro.
CIDADÃO: A C-Comunic é uma revista do jornal CIDADÃO?
GLENDA: A revista é um produto do CIDADÃO, porém independente em sua linha editorial, com vida e estilo próprios. Na pauta, haverá destaque para assuntos de interesse regional em setores como agricultura, pecuária, economia e modo de vida, além de informações dirigidas especialmente à mulher, com dicas de saúde, moda, beleza e comportamento. A questão da mulher se tornou naturalmente uma das nossas peças de resistência até porque a revista será produzida principalmente por mulheres. Isso não significa que será um Clube da Luluzinha. C-Comunic trará em suas edições tudo o que de mais importante irá acontecer no mês em termos de eventos regionais shows, manifestações culturais de qualquer natureza. Personagens da região serão periodicamente entrevistados sobre assuntos de suas áreas de atuação. Apostamos nessa postura diferenciada. A comunicação é hoje uma teia complexa, onde às vezes surgem espaços para ideias alternativas. Apostamos nesse nicho editorial.
CIDADÃO: Além da revista, você criou a agência de publicidade C-Comunic. Qual a análise que você faz do mercado regional para os publicitários?
GLENDA: O profissional de publicidade nunca vai ter dificuldades para encontrar trabalho. As empresas e seus comandantes precisam de alguém que crie por eles, que fique de olho no mercado e que tenha as idéias certas para determinado momento. Na maioria das vezes o conceito está ali, criado bem à frente, mas falta o olho clinico. Esse tipo de profissional encontra trabalho em qualquer lugar. Nossa região tem ficado cada vez melhor nesse setor, mas ainda precisa entender a importância de um publicitário em sua empresa, campanha ou produto. Ter um profissional de publicidade ativo rende economias. Quando o empresário descobre essa importância já é meio caminho andado. E isso está cada vez mais comum. Basta analisar os últimos anos para perceber o crescimento do número de profissionais como esse, já inseridos no quadro de funcionários das empresas. É surpreendente.
CIDADÃO: Outra atividade que você desenvolve é assessoria para a Associação de Voluntários no Combate ao Câncer de Fernandópolis, a AVCC. Como tem sido essa experiência, especialmente no aspecto pessoal?
GLENDA: Com o trabalho na AVCC, faço as duas coisas de que mais gosto: trabalho com comunicação e vivo de perto o voluntariado. Sempre achei que é preciso fazer algo mais, a nossa parte. E lá é bem isso que vivenciamos todos os dias. É incrível, mas existem pessoas que dormem e acordam pensando no bem do próximo. A minha missão lá é levar para fora o que é feito lá dentro. Infelizmente os índices apontam um crescimento muito agressivo no número de doentes, num futuro próximo. Fala-se em aproximadamente 250 mil novos casos em um prazo de um ano na região sudeste do país, e ninguém sabe quem será a próxima vítima. Isso deixa as pessoas preocupadas e a resposta desse sentimento vem em trabalho. O voluntário tenta amenizar a situação. E consegue, os resultados estão aí. A AVCC cuida dos pacientes graças ao voluntariado. O hospital atende muitas pessoas de graça e não deve um centavo. Isso não é milagre, é voluntariado. E aí meu trabalho fica fácil porque divulgar o bem é muito bom.
CIDADÃO: Juntamente com a escola Wizard e a Jet Copy, você lançou uma campanha de ajuda às vítimas das chuvas no interior do Rio de Janeiro. Na verdade, você vive participando de promoções humanitárias. É uma característica sua ou isso vem do berço?
GLENDA: Acredito que sejam os dois fatores. Eu realmente acho que cada um precisa fazer a sua parte. E eu tento fazer a minha. Sempre que posso ajudo mesmo, ligo para os amigos e saio pedindo. Não há nada melhor no mundo do que a sensação de fazer o bem. Quando uma pessoa pede alguma coisa em público é porque já esgotou todas as possibilidades. E se você tem como ajudar, por que não fazer? Aprendi isso em casa e hoje passo para os meus filhos.
CIDADÃO: De que maneira você vê fatos como a perspectiva do advento da ZPE ou a morosidade na duplicação da Rodovia Euclides da Cunha?
GLENDA: Torço muito pelo sucesso da ZPE, creio que um projeto dessa magnitude trará desenvolvimento para a região e empregos para os nossos jovens. Espero que os obstáculos que naturalmente surgem sejam afastados. Quanto à questão da duplicação, até aceitaria se o governo falasse francamente com a população: Olhem, não temos recursos no momento, precisaremos deixar essa obra para mais tarde. O que não aceito é o uso político da duplicação que fazem rotineiramente a cada quatro anos. Tenho pena de quem votou acreditando nessas promessas.
CIDADÃO: Com tantas atividades, sobra tempo para ser mãe e mulher?
GLENDA: Tem que sobrar. Ser mulher é exatamente isso, dar conta do recado e ficar de bem com a vida. Meus filhos são meus amigos e acabam me dando uma força, entendem o meu trabalho e gostam da minha profissão. Tento passar para eles a importância e a força que o respeito tem. Nós nos respeitamos muito e por isso a relação fica mais leve. Antes deles serem meus companheiros, eu sou companheira. Tivemos dificuldades em alguns momentos, quando talvez eu não tivesse a maturidade necessária para exercer com sabedoria o papel de mãe. Hoje, estamos muito felizes, mais rimos do que choramos. O único problema é que os violões e outros instrumentos já não estão cabendo no meu carrinho (risos).