Oficialmente, o município de Fernandópolis tem 64.358 moradores 1.980 deles no meio rural. Esse é o resultado do Censo 2010, apresentado pelo coordenador de sub-área do IBGE, Rômulo Gasparini da Cunha, na manhã desta quinta-feira, 18, no Palácio 22 de Maio.
Pouca gente compareceu à Câmara para acompanhar o pronunciamento do representante do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além de alguns funcionários do IBGE e de representantes da imprensa, esteve lá o advogado José Cassadante Junior, diretor administrativo da prefeitura.
NÚMEROS
Rômulo Cunha revelou que o município tinha, em 2007, 22.865 domicílios, sendo 19.963 ocupados, 1773 vagos, 1070 de uso ocasional e 37 fechados. Em 2010, constataram-se 25.339 domicílios, dos quais 21.741 estão ocupados, 2.247 vagos, 1.238 são de uso ocasional, 113 estão fechados e há, ainda, 17 moradores de prédios coletivos, como hotéis.
A população aumentou de 61.392 habitantes em 2007 para os divulgados 64.358 do censo deste ano um crescimento em torno de 4,8%. O êxodo rural aumentou: hoje, há menos de dois mil habitantes no campo, uma diferença brutal em relação à Fernandópolis das décadas de 60 e 70, quando a população rural quase se equivalia à urbana.
O fim de culturas como o café e o algodão e o advento da monocultura da cana são apresentados como os principais responsáveis pelo fenômeno. Esses dados econômicos, porém, só serão revelados depois que o IBGE apresentar os resultados ao Tribunal de Contas do Estado, o que está previsto para o próximo dia 27.
O supervisor disse que Fernandópolis tem a média de três moradores por domicílio ocupado. Foram visitadas pelos 58 recenseadores nada menos que 29.407 unidades (26.994 na área urbana) e constatados 25.339 domicílios e 24.109 ligações de água.
ESTUDANTES
Cassadante questionou os critérios adotados pelo instituto relativamente aos estudantes universitários vindos de outras cidades, os quais não entraram na contagem foram contabilizados como moradores de seus municípios de origem. Para Cassadante, esse critério diminuiu significativamente os números em relação a Fernandópolis, o que se refletirá no quinhão do município no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
Em Riolândia, onde há um presídio, os detentos são classificados como moradores. Ora, o sujeito fica preso um ano ou dois e é morador. Já o nosso estudante de Medicina, por exemplo, passa seis anos na cidade fazendo o curso, mais dois ou três anos para a residência médica e não é morador, questionou.
Rômulo Cunha defendeu os critérios do IBGE, que tem que ser uniformes, mas admitiu que certas particulares de algumas cidades acabam prejudicando-as para efeito do repasse do FPM.
Cassadante citou também a não-contabilização dos cortadores de cana que vêm do nordeste sazonalmente, e que dão despesas e trabalho à estrutura de Saúde do município. Eles custam caro para o município, e quem recebe os repasses são as cidades de onde eles vieram, criticou.
Há algumas semanas, a administração pública de Fernandópolis enviou ofício ao presidente do IBGE contestando a metodologia aplicada no censo.