IBGE divulga resultados do censo; prefeitura contesta critérios

20 de Agosto de 2025

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IBGE divulga resultados do censo; prefeitura contesta critérios
Oficialmente, o município de Fernandópolis tem 64.358 moradores – 1.980 deles no meio rural. Esse é o resultado do Censo 2010, apresentado pelo coordenador de sub-área do IBGE, Rômulo Gasparini da Cunha, na manhã desta quinta-feira, 18, no Palácio 22 de Maio.
Pouca gente compareceu à Câmara para acompanhar o pronunciamento do representante do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além de alguns funcionários do IBGE e de representantes da imprensa, esteve lá o advogado José Cassadante Junior, diretor administrativo da prefeitura.
NÚMEROS
Rômulo Cunha revelou que o município tinha, em 2007, 22.865 domicílios, sendo 19.963 ocupados, 1773 vagos, 1070 de uso ocasional e 37 fechados. Em 2010, constataram-se 25.339 domicílios, dos quais 21.741 estão ocupados, 2.247 vagos, 1.238 são de uso ocasional, 113 estão fechados e há, ainda, 17 moradores de prédios coletivos, como hotéis.
A população aumentou de 61.392 habitantes em 2007 para os divulgados 64.358 do censo deste ano – um crescimento em torno de 4,8%. O êxodo rural aumentou: hoje, há menos de dois mil habitantes no campo, uma diferença brutal em relação à Fernandópolis das décadas de 60 e 70, quando a população rural quase se equivalia à urbana.
O fim de culturas como o café e o algodão e o advento da monocultura da cana são apresentados como os principais responsáveis pelo fenômeno. Esses dados econômicos, porém, só serão revelados depois que o IBGE apresentar os resultados ao Tribunal de Contas do Estado, o que está previsto para o próximo dia 27.
O supervisor disse que Fernandópolis tem a média de três moradores por domicílio ocupado. Foram visitadas pelos 58 recenseadores nada menos que 29.407 unidades (26.994 na área urbana) e constatados 25.339 domicílios e 24.109 ligações de água.
ESTUDANTES
Cassadante questionou os critérios adotados pelo instituto relativamente aos estudantes universitários vindos de outras cidades, os quais não entraram na contagem – foram contabilizados como moradores de seus municípios de origem. Para Cassadante, esse critério diminuiu significativamente os números em relação a Fernandópolis, o que se refletirá no quinhão do município no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
“Em Riolândia, onde há um presídio, os detentos são classificados como moradores. Ora, o sujeito fica preso um ano ou dois e é “morador”. Já o nosso estudante de Medicina, por exemplo, passa seis anos na cidade fazendo o curso, mais dois ou três anos para a residência médica e não é morador”, questionou.
Rômulo Cunha defendeu os critérios do IBGE, que “tem que ser uniformes”, mas admitiu que certas particulares de algumas cidades acabam prejudicando-as para efeito do repasse do FPM.
Cassadante citou também a não-contabilização dos cortadores de cana que vêm do nordeste sazonalmente, e que dão despesas e trabalho à estrutura de Saúde do município. “Eles custam caro para o município, e quem recebe os repasses são as cidades de onde eles vieram”, criticou.
Há algumas semanas, a administração pública de Fernandópolis enviou ofício ao presidente do IBGE contestando a metodologia aplicada no censo.