A reunião entre vereadores e representantes da imprensa de Fernandópolis, realizada no final da tarde de quinta-feira, 11, não chegou a um consenso sobre o projeto da vereadora Neide Garcia que cria o Prêmio Itamar Telles de Comunicação.
O objetivo do prêmio, segundo a justificativa, é homenagear os comunicadores que se destacarem por sua atuação nos vários segmentos de mídia e é dividido em seis categorias.
O projeto entrou na pauta da sessão do dia 26 de outubro, mas duas emendas modificativas, de autoria de José Carlos Zambon e Maiza Rio, acabaram provocando o adiamento da votação por 30 dias.
Uma dessas emendas pretende mudar a homenagem de anual para bienal. A outra sugere que, em vez de ser entregue em sessão solene, ocorra durante sessão ordinária.
Por decisão dos próprios vereadores, foi marcada uma reunião com integrantes da imprensa, para que fossem colhidas opiniões sobre o projeto. Porém, a reunião serviu apenas para deixar clara a resistência de vários comunicadores à propositura pelo menos na forma como foi feita.
Os radialistas Ivan Gomes e João Carlos Santos se declararam contrários à homenagem. Cobrimos as sessões da Câmara porque esse é o nosso trabalho, não há razão para nos homenagear por isso, disse Gomes.
O representante de CIDADÃO alertou para o risco de haver manipulação política e/ou empresarial do prêmio: É preciso criar mecanismos que impeçam que essa homenagem vire picaretagem como o tal prêmio Melhores do Ano, que, aliás, é proibido por lei, disse.
Admilson José Garcia, proprietário de jornal Diário Regional, exibiu cópia de um projeto de março deste ano, que instituiu o prêmio Policial Padrão. Esse projeto onde consta a assinatura favorável de Maiza Rio foi aprovado, e, segundo um dos artigos, será anual e em sessão solene. O empresário questionou Maiza: o que a polícia tem que nós não temos? Maiza é funcionária da Polícia Científica.
Muito bate-boca depois, o vereador André Pessuto literalmente deu soco na mesa: na frente dos repórteres, ele alertou os colegas de que autoridade constituída, aqui, somos nós; nós é que votamos. Pessuto se referia à afirmação do ex-vereador João Garcia - marido de Neide de que a imprensa é o quarto poder.
Em seguida, o vereador disse que a reunião é entre os vereadores e a imprensa, e o senhor é marido de vereadora. Indignado, João Garcia se retirou da sala. Depois de mais de 40 minutos de discussão, alguns jornalistas se retiraram. A discussão não avançou.