Ao agradecer à população de Fernandópolis pela votação obtida em 3 de outubro, quando foi a segunda mais votada no município, a deputada estadual reeleita Analice Fernandes, do PSDB, acabou alvoroçando o ninho tucano.
A declaração de Analice de que as obras de duplicação da Rodovia Euclides da Cunha, a SP-320, não começariam antes de 2011 - foi feita na segunda-feira, 25, no Palácio 22 de Maio, e ganhou repercussão regional. No dia seguinte, o jornal A Cidade de Votuporanga estampava o fato em manchete.
O deputado federal reeleito Julio Semeghini, colega de partido da deputada, apressou-se em classificar a declaração como um equívoco. Segundo Semeghini, só estaria faltando uma licença ambiental para que as obras tenham início. Outros próceres tucanos também consideraram a afirmação de Analice como equivocada ou infeliz.
Aparentemente, porém, a verdade está com a parlamentar de Taboão da Serra. Basta consultar o Diário Oficial ou mesmo o site do Departamento de Estradas e Rodagem para notar que as otimistas previsões tucanas sobre a obra não têm razão de ser.
SÓ EM 2012
Na verdade, ainda prosseguem os trâmites legais para a duplicação da Rodovia Euclides da Cunha. Após a licitação, realizada através do Edital nº 013/2010 TP, o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo firmou contrato com a empresa vencedora, a Gab Engenharia Ltda., de Campinas, no valor de R$ 1,38 milhão.
O objeto do contrato, segundo o disposto, é a execução de serviços técnicos especializados de avaliação mercadológica para fins de desapropriação de bens urbanos e rurais, pesquisas e identificação dominial, assistência técnica e ações judiciais de desapropriação e assessoria técnica e jurídica nas negociações dos imóveis constantes das faixas de ampliação da SP-320 - Rodovia Euclides da Cunha entre os Municípios de Mirassol e Rubinéia, incluindo a duplicação do trecho da SP-461 e do trecho da SP-543 onde ocorrerão obras de restauração e melhorias, totalizando aproximadamente 191,4 km.
Isso significa que a Gab Engenharia é a encarregada de resolver a questão entre os proprietários confrontantes e o DER, relativamente às desapropriações e mesmo às eventuais pendências judiciais decorrentes da obra.
Note-se que o contrato foi firmado em 25 de agosto deste ano há pouco mais de dois meses, portanto e a empresa tem prazo de 24 meses para a prestação dos serviços. Isso significa que o início das obras pelo menos as que têm que ser efetuadas em terras ainda não pertencentes ao DER não poderão ser iniciadas por hora, e isso pode demorar até 25 de agosto de 2012.
Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu entrar em contato com o diretor da Gab Engenharia que responde pelo contrato com o DER.
