�Damos o peixe e ensinamos a pescar�, diz diretora da DRADS

20 de Agosto de 2025

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�Damos o peixe e ensinamos a pescar�, diz diretora da DRADS

A diretora regional da DRADS � Diretoria Regional de Assist�ncia e Desenvolvimento Social � Lidia Mara Ribellato Buissa responde pela unidade de Fernand�polis, que tem 49 munic�pios na sua circunscri��o. Adaptada � mudan�a da �rea da Educa��o para a de Assist�ncia Social, L�dia diz que a filosofia de trabalho do �rg�o � auxiliar pessoas em situa��o de vulnerabilidade a vencer os problemas e progredir socialmente: �Se voc� apenas d� recursos para sua sobreviv�ncia, o assistido permanecer� em situa��o de imobilidade social. Al�m de lhe dar o peixe, temos que ensin�-lo a pescar. E isso se faz com a cria��o de mecanismos que lhe permitam o avan�o pessoal e profissional�, afirmou a diretora, uma fernandopolense que sempre acreditou na cidade. Outra constata��o de Lidia: as entidades de Fernand�polis se destacam no quadro regional.

CIDAD�O: Qual � o papel da DRADS no contexto da administra��o do estado?
LIDIA: � uma diretoria que supervisiona e acompanha os programas e os repasses do estado para os munic�pios e para os �rg�os que trabalham dentro do munic�pio com os usu�rios que dependem da assist�ncia social, porque a assist�ncia social � diferente da educa��o e da sa�de: ela tem um p�blico certo, � um p�blico que s� pertence �quele grupo; pessoas que se enquadram dentro daquele limite de situa��es vulner�veis, diferente da escola e da sa�de, pois todos t�m esses direitos, diferentemente da assist�ncia social que � somente para alguns.
CIDAD�O: Quais s�o as estrat�gias para produzir e efetivar esses programas?
LIDIA: S�o vinculadas �s pessoas que participam dos programas algumas exig�ncias em participa��o de programas, que s�o fornecidos dentro dos centros de refer�ncia de assist�ncia social. As pessoas t�m que participar de cursos, treinamentos, oficinas, trabalhos de freq��ncia que s�o realizadas pelas unidades de capacita��o, no caso o CRAS.
CIDAD�O: O que � o CRAS?
LIDIA: � a sigla de Centro de Refer�ncia da Assist�ncia Social; � o centro onde trabalhamos com as a��es preventivas, que s�o as a��es b�sicas das pessoas que est�o em perigo e vulnerabilidade naquele momento, mas elas t�m e mant�m um v�nculo familiar ainda constitu�do. Existe tamb�m o CRES (Centro de Refer�ncia Especializada da Assist�ncia Social), ent�o n�s temos que cuidar da assist�ncia social b�sica e da especial, de m�dia ou alta complexidade, que seriam os casos mais dif�ceis, como crian�as violentadas, mulheres espancadas. Em Fernand�polis existe s� um CRES e � um �rg�o que custa mais caro, a nossa regi�o est� carente nesta parte, mas estamos com um projeto de fazer um CRES regional, para atender �s demandas dos munic�pios pequenos. O CRES se torna mais caro, pois exige profissionais qualificados e esses profissionais t�m que ser pagos pelas prefeituras, � por isso que estamos tentando organizar dentro de cada munic�pio menor CRES regionalizados, porque precisamos atender a esse p�blico, at� porque � um direito de cada cidad�o.
CIDAD�O: O diagn�stico social � feito pelo plano municipal de assist�ncia social e evidentemente cada munic�pio tem as suas peculiaridades: um diagn�stico malfeito significa um atendimento imperfeito. Voc� acha que o Censo 2010 ser� �til para o CRAS em termos de planejamento de pol�tica social?
LIDIA: N�o sei. Eu acredito sim que o censo seria muito importante, mas o que eles cruzam no censo seria mais a quest�o financeira, o tamanho da popula��o, a escolaridade � o que tamb�m tem um grande significado, pois esses indicadores mostram uma realidade para que cada um possa imaginar o seu territ�rio. Existe outro que � o IDVS (�ndice de Desenvolvimento de Vulnerabilidade Social) onde tivemos um quadro representativo na nossa regi�o, onde h� cidades que se enquadram 100% dentro dos indicadores dos problemas como emprego e outros.
CIDAD�O: Qual � a import�ncia dos cursos de capacita��o de gestores?
LIDIA: Eu vim da �rea da educa��o e acredito que nessa �rea h� muitos outros indicadores claros e precisos, no sentido de saber onde n�s estamos e aonde vamos chegar. A �rea social, cuja pol�tica realmente come�ou a ser implantada a partir de 2005 e come�ou a ser uma exig�ncia maior ainda, � uma pol�tica em processo de constru��o. Os indicadores est�o sendo ainda analisados para ensinar a fazer um diagn�stico social, como preparar o gestor para ter esses dados que s�o mais subjetivos, ent�o s�o dados que mostram e necessidade dos gestores serem mais qualificados para se chegar a indicadores mais concretos.
CIDAD�O: Houve uma assinatura de conv�nios no dia 30 de setembro. O que foi pactuado nesse dia que mere�a destaque em termos da regi�o de Fernand�polis?
LIDIA: Eu quis fazer uma an�lise dessas indica��es parlamentares - que isso � outra forma de repasse e da qual as entidades t�m a oportunidade de participar. Com isso, quanto mais organizada a sociedade civil, melhor o padr�o, e neste ano, pela DRADS, j� h� a previs�o de chegar para as entidades o total de R$ 1.5 milh�o, e dessas 36 entidades onze s�o de Fernand�polis. Isso significa que n� temos um sociedade civil muito bem organizada, n�s temos um asilo, orfanato e v�rias outras entidades muito bem qualificadas. Existem pessoas dentro dessas entidades que est�o articuladas com a pol�tica e buscam as suas possibilidades de crescimento. Posso garantir que a qualidade do trabalho oferecido na cidade � a melhor da regi�o.
CIDAD�O: Como � que uma cidade beneficente se habilita para receber essas verbas e para entrar no planejamento do governo?
LIDIA: A articula��o � feita diretamente com os pol�ticos, que disp�em dessas verbas, mas existem as verbas que v�m todo m�s - s�o os repasses do estado. E existem tamb�m as indica��es parlamentares, que s�o verbas dos deputados para trabalhar na �rea social, sa�de, educa��o entre outras, mas � cada entidade que vai atr�s da verba desejada.
CIDAD�O: E quando uma entidade se depara com dificuldades, por exemplo: se o asilo recebe a visita da vigil�ncia sanit�ria e esta aponta algumas exig�ncias que n�o est�o sendo cumpridas. A entidade pode procurar na DRADS um recurso extra para trabalhar no sentido de resolver a situa��o?
LIDIA: As emendas podem vir para a constru��o ou amplia��o das entidades; um exemplo � o CAEFA, que recebeu R$ 100 mil para um reforma e amplia��o. Inclusive, fomos procurados recente pelo Djalma Pontes, que � presidente do Asilo S�o Vicente de Paulo. Podemos observar que as entidades est�o com muitas dificuldades, pois est�o sendo muito cobradas por setores diversos, t�m que prestar contas de tudo. O presidente tem uma grande responsabilidade. O Tribunal de Contas do Estado cobra esse direcionamento de verbas, por isso as entidades precisam ser orientadas.