Com tanto apelo dos meios de comunicação de massa, são os pais que precisam mudar de estratégia. Esconder um assunto ou mentir não funciona mais, já que no primeiro clique na TV, nas publicações diversas, na Internet - é possível encontrar qualquer questão sobre sexo. Assim, pais e mães precisam aprender como lidar com o tema dentro de casa.
Uma das sugestões da professora e psicopedagoga fernandopolense Maria do Socorro Penha, que atualmente trabalha em Porto Velho, RO, é respeitar a idade na hora de apresentar as respostas. Porém, mais do que isso, é preciso mostrar receptividade às possíveis dúvidas que os filhos tiverem. Isso fará com que eles venham perguntar em casa e não recorram ao computador ou qualquer outro tipo de mídia.
"Com essa abertura, os pais criam maior proximidade com seus filhos, facilitando a orientação durante a adolescência e prevenindo agravantes da falta de informação, inclusive situações de abuso sexual e gravidez indesejada", ressalta.
A mídia e a escola tratam do tema quase sem tabu ainda que, muitas vezes, o façam superficialmente. Em casa, a questão ainda é complicada. Vale então a dica da professora para que o diálogo comece ainda na infância.
"A abertura desde cedo facilita a naturalidade da abordagem, como um processo comum", afirma. Dessa forma fica mais fácil questionar e introduzir valores. "Os pais precisam saber que a educação sexual de seus filhos não é uma questão separada da educação como um todo e que ela começa quando o filho nasce. Dedicar-se a ela quando os filhos já são adolescentes pode ser tarde demais", afirmou.
Uma boa forma de entrar no assunto em casa é a partir de alguma cena de televisão - pode ser de filme ou novela, e aí sim, questionar a temática. Quem se considera totalmente inseguro para tratar do assunto precisa ir atrás de informação também, em livros e revistas. Mas, em situações delicadas e perguntinhas "indiscretas", o que fazer? Maria do Socorro alerta que mentir e disfarçar não são atitudes indicadas.
Observe atentamente a pergunta e restrinja-se a ela para, a partir daí, progredir com base no que a criança conhece. "É muito importante que ela encontre as respostas em casa e que tenha este canal com a família; se não tiver seu questionamento respondido em casa, ela irá buscar outras fontes de informação, e essas nem sempre são as mais aconselháveis", concluiu.