O rádio foi patenteado pelo cientista e inventor italiano Guglielmo Marconi, no início do século 20. A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, por ocasião do centenário da Independência, mas a invenção só foi patenteada no dia 25 de setembro do mesmo ano.
Uma estação de rádio foi instalada no Corcovado - Rio de Janeiro. Além de música, ela emitiu o discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa. No ano seguinte foi fundada por Roquete Pinto a primeira emissora de rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
No entanto, o rádio tem mais razões para ser considerado brasileiro. Roberto Landell de Moura, padre e cientista, também havia realizado experiências semelhantes às de Marconi - antes do italiano.
Entre 1901 e 1904, Landell de Moura esteve nos Estados Unidos, onde patenteou inventos, entre os quais um "transmissor de ondas" ou "transmissor fonético à distância" que seria exatamente o rádio. Sua patente, porém, era limitada e perdeu a validade. Marconi ficou com a fama. Trata-se de uma situação semelhante àquela que ocorreu com Santos Dumont e os irmãos Wright.
O rádio foi o primeiro grande veículo de comunicação de massas. Na verdade, dele vieram os primeiros profissionais e até os programas da TV. Por exemplo, você sabia que, antes das telenovelas, existiram as radionovelas? Os ouvintes escutavam os capítulos da mesma maneira que hoje, só que tinham que imaginar as cenas.
Os primeiros aparelhos de rádio eram grandes caixotes de madeira. Com o tempo, eles foram diminuindo de tamanho e passaram a funcionar com pilhas. Hoje em dia, os rádios estão integrados a outros aparelhos.
As emissoras de rádio podem ser captadas também através da internet. Pela web você pode ouvir emissoras do mundo inteiro.
O sucesso do rádio se deve ao fato de que ele pode estar em qualquer lugar a qualquer hora e é acessível à maioria da população, tanto em zonas urbanas quanto rurais. Por isso, se enganou quem apostou que ele ia desaparecer quando surgiu a televisão.
O radialista é o profissional de comunicação social responsável por criar, produzir e dirigir programas para rádio. Ele pode fazer textos, roteiros, organizar a programação e fazer locuções.
Pode também ser editor, operador de som, ou discotecário, sonoplasta, e ainda desempenhar outras funções. A profissão de radialista foi regulamentada em 1978.
Em Fernandópolis, a aventura começou em 1955
Fernandópolis perde Moacyr Ribeiro. Em 1986, morria aos 72 anos de idade o fundador da Rádio Cultura, primeira emissora AM de Fernandópolis, deixando para trás lembranças e histórias sobre sua passagem pela terra.
Nascido no distrito de Torrinha, município de Brotas, SP, Moacyr sempre demonstrou grande interesse pelo rádio. Ao longo de sua vida, trabalhou na estrada de ferro Central do Brasil, na cidade de Barra do Pirai, RJ, onde montou um serviço de alto-falantes na praça central. Funcionava como uma emissora, porém o som não ia para as rádios, mas para os alto-falantes da praça, e foi assim que Moacyr tomou gosto pela profissão e montou sua primeira emissora na mesma cidade, a Rádio G7 de Barra do Pirai.
Trabalhando em sua emissora, tornou-se jornalista. Conheceu Miguel Leuze, proprietário da Rede Piratininga de Rádio, mantenedora de 22 emissoras. Sabendo da capacidade de Moacyr, Leuze o convidou para ser inspetor geral da rede e gerente da Rádio Piratininga de Monte Aprazível.
Muitos anos se passaram e em uma visita que Moacyr fez a Fernandópolis, notou que a cidade tinha carência de comunicação e uma rádio seria de grande auxílio, e um novo sonho apareceu: montar um veículo de comunicação na cidade. Era o embrião da Rádio Cultura AM.
Moacyr foi responsável por várias realizações na cidade. Fundou o aeroclube, foi provedor da Santa Casa de Fernandópolis e ajudou na construção da igreja matriz (arrecadando fundos através de campanhas na sua rádio).
Como membro e um dos diretores da Associação Brasileira de emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), auxiliou os radiodifusores do pais inteiro. Moacyr mesmo nas horas de descanso não parava, ligava seu aparelho de rádio-amador e se colocava à disposição de pessoas que precisavam se comunicar entre grandes distâncias, pois a telefonia era praticamente inexistente.
Um feito emblemático do chefe do clã Ribeiro aconteceu no início dos anos 60. Rádio- amador apaixonado, estava ele, depois do jantar, operando seu equipamento quando captou um chamado de socorro de um piloto de avião que ia para Araçatuba. O piloto, em seu frágil monomotor, teve que desviar-ser da rota por causa de um temporal. Perdeu-se e naquele momento sobrevoava Fernandópolis, no escuro. O combustível não duraria muito tempo.
Moacyr correu ao microfone da rádio (ele morava no mesmo prédio) e convocou todos os fernandopolenses que possuíssem automóvel para que se dirigissem ao então chamado campo de aviação para iluminar a pista.
A população atendeu ao chamado, os carros se distribuíram de um lado e de outro da pista e o piloto conseguiu pousar a aeronave sem problemas. Uma vida foi salva pela rapidez de raciocínio do velho radialista.
Hoje, um dos seus filhos, Jorge Ribeiro, é o responsável pela empresa. O mesmo Jorge que, menino, aprendeu a amar o rádio e que viu gerações de ouvintes sintonizadas na rádio que foi a menina dos olhos do pai.
Sistema Líder de Comunicação teve a primeira FM
A evolução do rádio fernandopolense teve outro grande expoente: o jornalista Alencar César Scandiuzi, que em 1965 mudou-se para Fernandópolis, contratado paga gerenciar a Rádio Educadora Rural, fundada em 1963.
Scandiuzi viu a fundação da Rádio Difusora AM (do mesmo grupo da Rádio Cultura) em 1970. Doze anos depois, o jornalista viria a ser um dos proprietários da Difusora. Anos antes, César Filho, como Scandiuzi é conhecido até hoje, fundara com Zeca Moreira e Francisco Melfi o jornal Folha de Fernandópolis. Este seria o embrião do futuro Sistema Líder de Comunicação.
Depois da aquisição da Difusora, o grupo voltou os olhos para a novidade tecnológica da época: as rádios em freqüência modulada (FM). Começou uma longa batalha junto ao DENTEL para a homologação da emissora.
A portaria nº 160, de 28 de setembro de 1983 publicada dois dias depois no Diário Oficial da União criava a Rádio Jornal FM de Fernandópolis, que entraria no ar no dia 22 de maio de 1984.
Atualmente, o município de Fernandópolis conta com sete emissoras de rádio, sendo quatro AM (Difusora, Educadora Santa Rita, Águas Quentes e Alvorada) e três FM. (Cultura, Mais FM e Jornal FM)