O construtor Jos� Silas Pereira da Silva, 39, uma das v�timas do duplo assassinato ocorrido em Fernand�polis na quarta-feira, 15, na esquina da Rua Bahia com a Avenida dos Arnaldos � a outra v�tima foi Ubirajara Correa de Andrade, 64 � deu causa � pris�o de nove policiais em 2007.
Segundo o arquivo do jornal O Estado de S�o Paulo, o delegado Pedro Luiz P�rrio e oito investigadores de Osasco, onde eram lotados na delegacia de investiga��es sobre entorpecentes, usaram um �grampo� autorizado pela Justi�a para achacar supostos traficantes
Preso em outubro de 2007, acusado de torturar e extorquir R$ 35 mil de Silas, que na �poca morava em Campinas, P�rrio teria usado as informa��es do �grampo�, o cargo e o aparato policial para amea�ar e achacar suspeitos.
O esquema foi desvendado por acaso por promotores do Grupo de Atua��o Especial Regional para a Preven��o e a Repress�o ao Crime Organizado (Gaerco) de Campinas e policiais da Corregedoria da Pol�cia Civil da cidade. Na ocasi�o, o Gaerco e a Pol�cia Federal conduziam uma investiga��o conjunta sobre o tr�fico de drogas na regi�o e desconfiaram que policiais estariam achacando criminosos.
Silas, sua irm� e a mulher dele teriam sido torturados para dar informa��es que pudessem levar � pris�o de traficantes de drogas.
Depois do epis�dio, Silas, que tem parentes em Mira Estrela, mudou-se para Fernand�polis, onde come�ou a trabalhar como construtor civil. O delegado P�rrio � que na �poca tamb�m foi acusado de achacar o mega-traficante colombiano Juan Carlos Abad�a - acabou preso e demitido dos quadros da Pol�cia Civil. O mesmo aconteceu com os investigadores envolvidos no caso.
O CRIME
Por volta das 10h de quarta-feira, Silas, acompanhado de Ubirajara, seguia para o centro de Fernand�polis numa pick up Montana. Segundo informa��es, eles iriam a um cart�rio formalizar a compra de um terreno.
O ve�culo seguia pela Rua Bahia, no sentido bairro-centro. Ao chegar ao cruzamento com a Avenida dos Arnaldos, onde h� um sem�foro, uma motocicleta de cor preta se aproximou pelo lado do motorista. Nesse instante, o �garupa� disparou uma sequ�ncia de sete tiros com uma pistola 9mm.
Silas recebeu tiros na cabe�a e morreu no local. Ubirajara, no ombro e no peito, tendo morrido a caminho da Santa Casa. Acredita-se que a execu��o tenha sido orquestrada como queima de arquivo, por inimigos do construtor. Ubirajara teria morrido por acaso. O ve�culo, desgovernado, percorreu um trecho de cerca de 30 metros, subiu na cal�ada e parou a poucos cent�metros da parede de uma leiteria. A moto fugiu em disparada.
Algumas testemunhas divergem em rela��o � presen�a de duas pessoas na moto. Elas entendem que foi o pr�prio piloto � que estaria sozinho � o autor dos disparos.
O delegado-assistente da Seccional de Pol�cia de Fernand�polis Oreste Car�sio Neto informou que Silas teve passagens na Pol�cia por homic�dio, tr�fico de drogas, porte de armas e recepta��o. Ele cumpriu um ano de pris�o em Osasco, em 2007, e foi solto atrav�s de um benef�cio da Justi�a.
Ubirajara era vendedor de frutas e tinha outras atividades espor�dicas, como a de corretor e construtor. Sua enteada Sandra Miranda, 39, afirmou desconhecer que ele tivesse quaisquer passagens pela pol�cia: �Ele era um homem trabalhador, que n�o fazia nada errado�, garantiu.
Na quinta-feira, Silas foi sepultado em Mira Estrela. Ubirajara foi sepultado no Cemit�rio da Consola��o, em Fernand�polis. O delegado Gerson Piva, da DIG de Fernand�polis, comanda as investiga��es. Vingan�a e queima de arquivo s�o as hip�teses principais.