Já em vigor, “Toque Escolar” ainda divide opiniões

20 de Agosto de 2025

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Já em vigor, “Toque Escolar” ainda divide opiniões
No último dia 10 foi implantado o “Toque Escolar” em Fernandópolis. A medida foi adotada pelo juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, e logo na primeira fiscalização dois adolescentes de 15 e 14 anos foram flagrados “matando aula”.
Os estudantes foram encontrados em Lan Houses que ficam localizadas próximas às escolas em que estão matriculados. Um deles estava no estabelecimento da própria família.
A mãe do aluno alegou ser um deslize, pois, segundo ela, esse não é um hábito do filho: “Foi uma fatalidade, ele não tem malicia, ainda é uma criança”, argumentou a responsável, que se declarou favorável ao “Toque Escolar”, mas acredita que o modo de abordagem deva ser repensado. Ela alega que o filho ficou traumatizado: “Os policiais foram ótimos, mas a simples presença deles intimida”, assegurou.
De acordo com a decisão do Juiz Evandro Pelarin nenhuma Lan House deve aceitar adolescentes em período de aula.
A proprietária de uma Lah House – que é mãe de um dos adolescentes envolvidos no caso - declarou que seu estabelecimento está completamente preparado. “Todos os funcionários estão avisados para que não recebam adolescentes no período de aula, e implantamos um programa onde ficam registrados a idade, o período de aula e a escola, para que possamos bloquear a permanência do adolescente no local”, afirmou.
O outro adolescente envolvido não foi localizado. Ele é reincidente e está em liberdade assistida.
CONSELHO TUTELAR
A presidente do Conselho Tutelar de Fernandópolis, Célia Mafra, acredita na validade do programa “Toque Escolar”.
“Acreditamos que vai gerar uma grande polêmica, assim como aconteceu com o “Toque de Acolher”, mas sabemos que fazemos um grande trabalho, pois os números comprovam. Para se ter uma idéia, as ocorrências da Polícia Militar caíram 70% e os casos no Conselho, 90%. Já aconteceu de não recebermos ninguém no plantão”, acrescentou Célia.
Sobre as varreduras e as abordagens, a presidente declarou que será abordado todo adolescente que estiver uniformizado em local público ou privado em horário de aula.
“Não dá para abordar toda criança e adolescente que estiver sem uniforme, mas os que forem flagrados sofrerão uma investigação imediata e em seguida um boletim de ocorrência será lavrado”, afirmou a conselheira.
Os adolescentes apanhados em situações semelhantes pela segunda vez serão considerados reincidentes e os pais ou responsáveis serão obrigados a pagar uma multa que varia de 1 a 20 salários mínimos.
O caso teve repercussão nacional, com direito a matéria no Jornal Hoje da Rede Globo, gerando uma enquete que está no site globo.com/jornal hoje, a qual divide opiniões. Até o fechamento desta edição o resultado era este: 57% concordam com o “Toque Escolar” e 43% não concordam.