Por livre iniciativa, condomínio terá braile nos elevadores

20 de Agosto de 2025

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Por livre iniciativa, condomínio terá braile nos elevadores
A Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis recebeu com tristeza a notícia da retirada de votação do projeto de Lei da vereadora Neide Garcia, que propunha a obrigatoriedade da existência do código Braile nos elevadores dos prédios de Fernandópolis.
Desde a propositura, vários vereadores se mostraram contrários à medida. Um deles propôs emenda ao projeto, determinando que, se aprovada, a nova lei só produziria efeito nos edifícios construídos a partir da vigência do dispositivo legal.
Na prática, isso significa que o projeto seria letra morta – pelo menos nos próximos anos, já que há apenas um arranha-céu em fase de construção na cidade. Isso compeliu a vereadora Neide Garcia a retirar o projeto. “Quero fazer uma readequação”, justificou.
Na verdade, a manobra da vereadora foi correta: minutos antes, a emenda havia sido aprovada, e a retirada tornará sem efeito a aprovação da emenda.
Nesse período, a Associação se propôs a confeccionar as etiquetas em braile para serem colocadas nos elevadores da cidade. Segundo a presidente da ADVF, Célia Mafra, o custo das etiquetas é bem pequeno: “Em uma folha de sulfite é possível produzir material para dois elevadores de 15 andares. Essa folha custa em média R$0,40”.
Para que o material fique mais resistente, é necessário que a folha seja plastificada. Para facilitar a inserção dessa ideia entre os condomínios da cidade, a empresa Jet Copy doará o serviço de plastificação para os prédios que demonstrarem interesse.
Esse é o caso do Edifício Portinari, do bairro Jardim Santa Helena. João, o atual sindico do prédio, já solicitou à fábrica dos elevadores as placas de identificação em braile.
Enquanto as placas não chegam, João pediu para a Associação que coloque as etiquetas produzidas pelos alunos. “Não vamos fazer mais do que nossa obrigação. Trata-se de uma lei federal, a de número 11.865, de agosto de 1995 e devemos cumpri-la. Além disso, o nosso prédio é equipado com rampas de acesso e corrimão. Isso para nós é responsabilidade social. Aproveito a oportunidade para convidar outros prédios a participarem do projeto”, comentou João, que na próxima semana receberá a visita da equipe da ADVF para a colocação das placas.
A Associação de Deficientes Visuais de Fernandópolis está pronta para atender os prédios que queiram aderir ao projeto. A entidade fica na Avenida Paulo Saravalli, entre as Ruas Santa Catarina e Guanabara.