Morte de bebê reacende discussão sobre UTI neonatal

20 de Agosto de 2025

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Morte de bebê reacende discussão sobre UTI neonatal
A morte de um recém-nascido no dia 19, na Santa Casa de Fernandópolis, reavivou uma antiga reivindicação dos fernandopolenses: a construção de uma UTI neonatal no principal hospital da cidade.
A campanha pela unidade de terapia intensiva começou depois que, em dezembro de 2007, a doméstica Rita de Cássia dos Santos perdeu as filhas gêmeas por falta de vagas na região. Na ocasião, a Central de Vagas da Saúde, de Rio Preto, não obteve sucesso na procura de vagas na região (há unidades em Jales, Votuporanga e Catanduva, mas com poucos leitos).
Em janeiro de 2008, um grupo de manifestantes – Antonio Leal, Reginaldo Landin, Renato Colombano e Adalberto Antonio Ribeiro – se reuniu com a direção clínica e o então provedor da Santa Casa, José Sequini Junior, para conhecer a posição do hospital acerca da UTI neonatal.
Sequini explicou que era favorável à unidade, mas que era preciso levar em conta os altos custos de instalação. “Além disso, sua manutenção exige a contratação de pelo menos três neonatalistas e tem custo mensal elevado”, ponderou. “Precisaremos de apoio e verbas externos, sem dúvida”, finalizou o provedor.
ABAIXO-ASSINADO
A partir daí, os manifestantes pró-unidade neonatal iniciaram a coleta de assinaturas pelo município e região, chegando ao total de 15.400 adesões. No final de agosto daquele ano, durante solenidade na AVCC, a relação de assinaturas foi entregue ao secretário regional de saúde de São José do Rio Preto (DRS-15), Valdecir Tadei.
Na ocasião, Antonio Leal lembrou que “até os estudantes de Medicina da Unicastelo têm que cumprir estágio na UTI neonatal de Jales, pela falta de similar em Fernandópolis”.
Como se tratava de ano eleitoral, os políticos “compraram” o projeto e algumas campanhas beneficentes para arrecadação de fundos foram realizadas. Porém, até hoje, a unidade não saiu do papel.
O oficial de Justiça Antonio Leal ainda guarda os originais do abaixo-assinado. A morte do recém nascido, no último sábado, fez com que Leal se recordasse das gêmeas falecidas em 2007. Emocionado, ele apela às autoridades: “Temos que convencer a Secretaria Estadual de Saúde a dotar a Santa Casa com a UTI neonatal. Trata-se de uma luta suprapartidária. Temos que dar essa chance à vida”, afirmou.