Partida confrontou a decrepitude e a modernidade

20 de Agosto de 2025

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Partida confrontou a decrepitude e a modernidade
Aparentemente, era como nos velhos tempos. Fefecê e Votuporanguense se reencontraram depois de anos sem o grande “derby” regional. A Associação Atlética Votuporanguense, a conhecida Alvinegra ou “Dama de Preto” sucumbiu às dívidas, ao desinteresse dos dirigentes e encerrou as atividades. Enquanto isso, o time azul e branco da “Águia” ia sobrevivendo às duras penas.
Em 2010 as coisas mudaram em Votuporanga. A Alvinegra renasceu com o nome de Clube Atlético Votuporanguense. O prefeito Nasser Marão criou a infra-estrutura financeira que dá sustentabilidade ao projeto e o time faz ótima campanha na 2ª Divisão.
Enquanto isso, o Fefecê se arrasta há anos num sub-profissionalismo, dependente de empresários desconhecidos e jogadores de duvidosa qualidade técnica. O modus operandi do presidente Jesus Moreti – que prefere contratar jogadores cujos salários sejam pagos por esses empresários – não funcionou. Em praticamente todo o primeiro turno (falta apenas um jogo, contra o Ilha Solteira, fora de casa), o Fernandópolis só venceu em Assis. Em casa, o torcedor nunca viu o time ganhar este ano.
Apesar do apoio de algumas empresas, não há planejamento, as coisas são feitas à base do improviso e falta material humano no elenco, na comissão técnica e até na diretoria do clube.
O boicote claramente político ao empresário Renato Colombano, que no início do ano se propôs a assumir a presidência da equipe, mostrou que do Poder Executivo não viria ajuda importante.
A pedido do prefeito, Jesus Moreti voltou ao time, onde implantou de novo o seu estilo pouco ambicioso. Como resultado, o Fernandópolis se arrasta na sexta posição num grupo com oito times. Suas chances de classificação são mínimas, o time já entrou em fase de “desmanche” – o goleiro Marcone foi mandado embora e o zagueiro Orlando pediu as contas – e até integrantes da diretoria, como o vice-presidente Álvaro Zonta, estão no limite e próximos de jogar a toalha.
Aliás, entre a diretoria e a Sangue Azul, torcida organizada do Fefecê, criou-se um perigoso hiato. Os torcedores se enfureceram ao final do jogo e por pouco não houve confronto físico. Não há qualquer luz no final do túnel para o Fefecê 2010.
Oxalá sejam aproveitadas as lições deixadas pelos vizinhos, que deram shows no “Cláudio Rodante”: show de apoio ao time (mais de 600 torcedores de Votuporanga estiveram na platéia, com bandeiras, cantos e coreografias), show de organização e, lamentavelmente...show de futebol. Que venha 2011 – isso, se “eles” não subirem para a A-3, o que será para nós a vergonha suprema.