Uma cerimônia na manhã de quarta-feira, 2, marcou o início do abate de gado bovino no Frigorífico Boifrig em Fernandópolis. A empresa é comandada pelos empresários iranianos Mir Mohammad Hashemi e Mohammad Ahmadi e pela brasileira Natalia Eugênia Perih. O único sócio ausente era Mustafa Modaber.
O Boifrig obteve, no último dia 27 de maio, a licença de operação da CETESB, o que representou sinal verde para o início dos serviços. Havia cerca de 50 funcionários já trabalhando na manutenção da planta frigorífica. Com a liberação, cerca de 100 novas contratações deverão acontecer em breve.
Até o final do ano, se a CETESB autorizar a abertura da graxaria, onde será produzida farinha de osso, a empresa espera empregar cerca de 500 funcionários.
Durante a cerimônia, aberta pelo prefeito Luiz Vilar, a geração de empregos era destacada como um dos fatores primordiais da reabertura do frigorífico. Vilar destacou que aquele era um passo importante na aproximação comercial entre Brasil e Irã.
Falando em inglês, Mir Hashemi destacou a importância de conviver com um povo tão gentil como o que encontrei em Fernandópolis. Qualquer problema do qual os senhores tiverem conhecimento, por favor, tragam até mim, que vou tentar solucioná-lo.
O juiz Heitor Miúra, da 2ª Vara Cível, responsável pelo processo de recuperação judicial da Mozaquatro, dona da planta frigorífica, declarou que o Judiciário está feliz com o desfecho: A preocupação principal era a reabertura das plantas do frigorífico e da graxaria. Muitas famílias cujos chefes ficaram desempregados nos procuraram, relatando as dificuldades. Por isso, o mais importante de tudo é a geração de empregos, afirmou.
Miúra destacou a atuação fundamental do administrador da recuperação, Antonio Carlos Cantarela, do gestor, Marcos Mazeti, além da participação ativa da Prefeitura e da Câmara de Fernandópolis.
Marcos Mazeti lembrou que o Irã já é o segundo maior comprador de carne brasileira, mas que, na condição de produtor, este é o primeiro grupo do qual participam empresários iranianos: Seremos os primeiros a exportar, afirmou.
No final, a empresária Natalia Eugênia Perih convidou as autoridades e demais convidados para um café da manhã.
As negociações para arrendamento da planta frigorífica do Mozaquatro começaram há alguns meses. De acordo com o contrato, o grupo Boifrig pagará R$ 30 mil mensais, que serão utilizados para o pagamento dos credores do Mozaquatro. Essa empresa encerrou atividades depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Grandes Lagos, em outubro de 2006.
