O reitor da Universidade Camilo Castelo Branco, Gilberto de Moraes Selber, negou nesta quinta-feira, 20, a existência de movimento grevista no campus de Fernandópolis, onde os nove cursos universitários funcionam normalmente, sem paralisação.
Selber admitiu que, no último dia 7, a universidade foi surpreendida pela determinação judicial de penhora on-line dos ativos bancários da instituição. Como se tratava do quinto dia útil do mês, os bancos expediam as folhas de pagamento e hollerits. A medida fez com que apenas 40% dos funcionários recebessem os salários (integrais). Os demais nada receberam.
O sistema de penhora on-line permite aos juízes tanto da esfera comum quanto trabalhista o bloqueio de ativos através de um sistema denominado BACEN-JUD. Segundo o reitor, essa interdição de contas se deu em decorrência de três tipos de passivos: trabalhistas, fiscais e fornecedores. Hoje podemos dizer que os trabalhistas e de fornecedores foram muito bem equacionados e estão sendo pagos, depois de negociações.
Ele explicou que a dívida fiscal tem um tratamento diferente, devido ao volume muito grande em relação ao que a universidade disporia dentro dos trâmites usuais. Selber analisou que dívidas fiscais tem um carregamento no valor nominal, por conta de multas escorchantes e atualizações monetárias.
O mandatário da Unicastelo afirmou que, apesar do natural descontentamento de quem não recebeu os salários, o clima na universidade é tranqüilo, com algumas paralisações parciais ou integrais no campus de Itaquera (na Capital).
Dos 65 cursos da Unicastelo, apenas 25 estão nessa situação. Em Fernandópolis, as aulas estão absolutamente normais; apenas alguns professores se posicionaram em sala de aula, externando o seu descontentamento, e com razão, porque quem trabalha e não recebe o salário não pode ficar feliz da vida.
Os coordenadores e funcionários, segundo Selber, estão tendo alto nível de compreensão. Eles sabem que a universidade precisa ganhar tempo para resolver esse caso, assim como sabem do nosso critério de não atrasar salários.
Selber disse que a Unicastelo quer solucionar esses problemas o mais rápido possível: Os pais de alunos podem ficar tranqüilos. Não há nada a temer. É uma questão episódica, que vai ser resolvida, assegurou.