À primeira vista, coloridas pulseiras de plástico nos pulsos de uma criança parece algo inocente. Na realidade, elas são um código para as suas experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade, desde um abraço até o sexo propriamente dito.
No Reino Unido e nos Estados Unidos, elas são usadas por milhares de crianças que freqüentam as escolas. O visual colorido e o baixo custo (cada uma custa menos de um real no Brasil) despertam ainda mais a vontade e a quantidade usada em cada braço.
As pulseiras de silicone viraram febre em vários países e o acessório começou a despertar pânico nos pais quando descobriram o significado de cada uma delas.
Muitas crianças e adolescentes no Brasil são contra a proibição dos pais quanto ao uso do acessório e garantem que depende muito de quem usa. A estudante do ensino médio Letícia Silva, de 14 anos, acredita que só entra no jogo quem quer. Você pode usar a pulseira como acessório. O menino só vai se aproximar de você se tiver sua permissão. É muito relativo, explica.
Mas as diferentes cores das pulseiras de plástico preto, azul, vermelho, cor-de-rosa, roxo, laranja, amarelo, verde e dourado mostra até que ponto os jovens estão dispostos a ir.
Significado das cores:
» Amarela significa dar um abraço no rapaz;
» Laranja significa uma dentadinha do amor;
» Roxa já dá direito a um beijo de língua;
» Cor-de-rosa a menina tem que mostrar os seios;
» Vermelha fazer uma dança erótica;
» Azul sexo oral praticado pela menina;
» Verdes beijos no pescoço;
» Preta sexo com o rapaz que arrebentar a pulseira;
» Dourada fazer todos citados acima
» Listrada sexo de uma maneira mais ousada;
» Transparente sexo com parentes
Caso de polícia
A Polícia Civil investiga se a morte de duas pessoas no Amazonas, entre elas uma adolescente de 14 anos, tem alguma relação com as chamadas "pulseiras do sexo". O objeto surgiu na Inglaterra e pode ser usado em um jogo: quem arrebenta a pulseira receberia uma da dona dependendo da cor do acessório - se for roxo, vale beijo de língua; o preto, sexo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, as duas mortes ocorreram em Manaus entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, quando uma mulher não identificada foi encontrada esfaqueada em uma rua da periferia e uma estudante de 14 anos morreu em um motel da cidade. O delegado Divanilson Cavalcanti disse ao jornal que foram encontradas pulseiras coloridas partidas ao lado dos corpos. De acordo com a reportagem, a polícia investiga, no caso da menina, se ela sofreu overdose ou se sofreu violência sexual. Ainda segundo o jornal, o homem que foi com a jovem ao motel saiu minutos depois de entrar no quarto e disse que ela tentou roubá-lo.
Repercussão
A Justiça proibiu em Londrina, no Norte do Paraná, o uso de pulseiras coloridas conhecidas como pulseiras do sexo. A medida foi tomada depois do caso em que uma estudante de 13 anos acabou estuprada por dois rapazes, com a participação de outros dois. Na visão judicial, proibir o uso para menores de idade pode impedir a repetição de casos como esse. Já a população não tem o mesmo ponto de vista, duvidando também de que os estudantes deixem de utilizar o acessório.
Vereadores das cidades de Catanduva e São José do Rio Preto já apresentaram projeto de lei que proíbe o uso das pulseiras de silicone por menores de idade.
Fernandópolis
A febre das pulseiras coloridas começou em Fernandópolis no ano passado. Crianças e adolescentes faziam coleção dos acessórios e usavam as pulseiras nos dois braços. De acordo com a roupa, a cor da pulseira era trocada. Tudo para ficar na moda.
Depois do alerta, pela internet, de que as pulseiras de silicone estavam sendo usadas como uma brincadeira do sexo, muitas adolescentes deixaram o acessório de lado. Nas escolas da cidade o uso diminuiu muito e agora são dificilmente encontradas nos braços de crianças e adolescentes. O diretor das escolas COC e Saturnino, Antonio de Jesus Cabral, afirma que não foi preciso nem comunicar os pais das pulseiras: aos poucos elas foram desaparecendo e agora as alunas nem usam mais. Acredito que isso seja fruto da própria conversa e orientação dos pais em casa.