O calouro do curso de Medicina Veterinária da Unicastelo que teria sido obrigado a beber etanol, durante trote, segundo declarou ao se apresentar no PS da Santa Casa na noite de segunda-feira, 1º, mudou a versão no dia seguinte.
Por volta das 12h desta terça-feira, o rapaz, de 18 anos de idade, compareceu à DIG de Fernandópolis, acompanhado da mãe e de um advogado de Jales. Ele afirmou ao delegado Gerson Piva que a bebida ingerida, na verdade, havia sido caipirinha. Uma garrafa pet que conteria o líquido consumido durante o trote foi apreendida e levada à perícia.
Os fatos tiveram lugar numa república da cidade. A mãe do estudante, Maria da Silva Bonesso, que mora em Jales, recebeu um telefonema de uma aluna que presenciou a agressão e pediu para que ela viesse buscar o filho. Com as calças rasgadas e sem camisa, o jovem foi levado pela família à Santa Casa de Fernandópolis para os primeiros socorros.
A universidade, através de nota à imprensa, assinada pelo reitor Gilberto Luis de Moraes Selber, repudiou a conduta dos alunos e garantiu que cumprirá a Lei municipal nº 3469, de 18 de maio de 2009, regulamentadora do trote físico nas universidades, punindo os alunos responsáveis até mesmo com expulsão, depois que o caso for investigado e as responsabilidades apuradas.
O coordenador geral do campus Amauri Piratininga nomeou uma comissão para acompanhar o caso: alunos como esses, que cometem esse tipo de abuso e crime, não interessam para a universidade.
O fato repercutiu em âmbito nacional. Já na terça-feira emissoras de TV, rádios, jornais e sites davam a notícia do trote violento. Pais de alunos da Unicastelo procuraram a instituição cobrando providências.
Maisa Scatena, 20 anos, é estudante do 7º semestre do curso de medicina veterinária e ao lado da amiga Daniane Custódio, do 5º semestre do mesmo curso, afirmou que participou de algumas brincadeiras com os alunos ainda na faculdade: pintamos o rosto, pedimos para cantar algumas musiquinhas, mas respeitamos quando o bicho não aceita participar. Essa é uma de nossas regras. Eu, por exemplo, não bebi quando fui bicho e todos atenderam meu pedido. Acredito que só bebe quem quer mesmo, disse Daniane.
