Deixar Fernandópolis, sua cidade, não era a pretensão do empresário João Esteves. No ano passado, ele se cansou da falta de incentivo à agropecuária, abandonou o ramo e inaugurou, em meados do ano passado, a JVJ, empresa atacadista de móveis tubulares.
Os negócios caminharam bem, mas Esteves percebeu que era preciso produzir os bens de consumo para ter preços competitivos no mercado. Porém, seu projeto de transformar a JVJ de intermediária em indústria esbarrou na necessidade de espaço físico para a expansão.
Atualmente, a JVJ funciona num galpão de 1200 m2 na Rua Pernambuco. O empresário fez todo o procedimento burocrático junto à Diretoria do Desenvolvimento Sustentável de Fernandópolis e montou o dossiê através do qual reivindicou um terreno no parque industrial para instalar a empresa.
Depois de semanas aguardando inutilmente a solução do caso, Esteves recebeu a visita, numa manhã de segunda-feira, do prefeito de Ouroeste, Nelson Pinhel, acompanhado do presidente da Câmara daquela cidade.
Pinhel ouviu as explicações do empresário, conheceu as instalações da JVJ e, naquela mesma semana, ofereceu-lhe nada menos que um galpão de 2500 m2 já pronto, inclusive com setor administrativo separado da área de produção, além de outros incentivos.
Não restou a Esteves outra opção senão aceitar a proposta. Ele passou os últimos dias indo e voltando pela rodovia Percy Waldir Semeghini, para dar os retoques finais no novo endereço.
IMPASSE
João Esteves evita fazer críticas à administração de Fernandópolis, mas entende que não lhe restou alternativa: Solicitei um terreno no imóvel que foi comprado perto da Madeireira Capital pela ex-prefeita Ana Bim. Na época, me disseram que esse imóvel seria substituído por outro, mais adequado. Como até agora isso não aconteceu, não tive como deixar de aceitar o convite do Pinhel, diz.
A JVJ gera atualmente 12 empregos na cidade, e Esteves promete que manterá seus cargos. Entretanto, eles, assim como eu, terão o inconveniente de viajar todos os dias, avalia. Entre Fernandópolis e Ouroeste, há uma distância de 36 km.
O empresário, com a instalação do setor de produção, calcula que dentro de seis meses oferecerá 40 empregos, aí incluídos os 12 cargos reservados aos fernandopolenses.
Fizemos o possível, diz Neoclair Morales
Segundo Neoclair Morales, não faltou boa vontade da Diretoria do Desenvolvimento Sustentável em relação ao caso da JVJ. Um dos integrantes do triunvirato que dirige a pasta, Morales contou que explicou ao empresário João Esteves que havia grande demanda de interessados, inclusive de anos anteriores. Estamos nos empenhando ao máximo para equacionar os pedidos, garantiu.
Morales confirmou que, efetivamente, houve intenção da administração de devolver o terreno adquirido pela ex-prefeita Ana Bim na Rodovia Euclides da Cunha. Entretanto, apenas um dos três irmãos ex-proprietários concordava com a devolução do imóvel, disse.
O remédio foi solucionar de vez a negociação um dos irmãos não aceitara a avaliação e ingressara na Justiça e aproveitar a área: Sem o final do litígio, jamais se obteria a regularização da CETESB, afirmou o diretor.
O impasse, porém, só foi solucionado há cerca de 40 dias, e, segundo Morales, João Esteves preferiu aceitar a oportunidade oferecida pela prefeitura de Ouroeste. Ele me disse que havia recebido essa proposta. Sentimos muito que não tenha sido possível manter a empresa na cidade, mas a verdade é que Fernandópolis anda carente de áreas industriais. Só que não falta empenho de nossa parte, assegura.
O diretor informou que o prefeito Luiz Vilar de Siqueira deve adquirir, dentro de algumas semanas, uma área de 8 alqueires para a instalação de um parque industrial com as condições técnicas que o Desenvolvimento Sustentável considera adequadas. Outra área que poderá ser usada para a instalação de empresas é o antigo prédio da indústria Bartos.