No último sábado, a cadela Vida, de 7 anos, morreu durante uma cirurgia para retirada do útero. Um fato corriqueiro, não fosse o fato de que Vida era uma cachorra adorada pelos fernandopolenses.
Desde pequeno, o animal foi criado solto. Sua dona, a fisioterapeuta Renata Vidali, sabia que os huskis siberianos têm extrema facilidade para circular pelas ruas sem serem atropelados. Vida aprendeu a freqüentar pontos como as sorveterias Cherry e Chiquinho e o restaurante Cupim.
Além disso, ela visitava todos os pet shops da cidade, para observar os outros cães. Muitas famílias de Fernandópolis frequentemente recebiam sua visita e lhe davam comida e afagos.
Vida, acredite o leitor, freqüentava também as palestras da Meimei. É que lá ela se encontrava com um homem chamado Edson, de quem era amiga. Depois das palestras, Edson a punha no carro e a levava para casa.
Quando dona Jordelina Vidali faleceu, Vida permaneceu por um mês ao lado do radialista Alaerte Vidali, viúvo de Jordelina e tio de Renata. Ela parecia chamar para si todos os influxos, para ajudar as pessoas, analisa Renata.
A proprietária da cadela conta que sabia localizá-la na cidade pelo horário: Se eu quisesse apanhá-la às 20h, por exemplo, sabia que teria de ir ao Cupim, onde ela fazia ponto nesse horário, garante.
Renata diz que decidiu divulgar a morte do animal porque muitos amigos perguntam por ela diariamente. É triste, mas temos que conviver com esse fato. Infelizmente, os cães vivem pouco tempo. Mas nunca vou me esquecer da Vida, emociona-se.