A Comissão Nacional de Residência Médica aprovou esta semana quatro programas de residência da Faculdade de Medicina da Unicastelo campus Fernandópolis.
Ontem, o reitor Gilberto Selber convidou o prefeito Luiz Vilar, o provedor da Santa Casa de Misericórdia, José Sequini Junior e diretores da universidade para uma entrevista coletiva à imprensa. No mesmo instante em que a entrevista acontecia no anfiteatro da faculdade de veterinária, cerca de 1200 estudantes disputavam, a poucos metros dali, uma das 80 vagas do curso de graduação em medicina.
Esse fato serviu de gancho para o reitor Selber anunciar a conquista da residência nas áreas de Clínica Médica, Pediatria, Clínica Cirúrgica e Ginecologia e Obstetrícia. Selber contou que, minutos antes, conversou com pais de vestibulandos gente de Goiânia, Belo Horizonte, Cascavel... e sentiu neles a imediata simpatia por Fernandópolis e a pretensão de que seus filhos possam estudar na cidade, fugindo da violência dos grandes centros.
Para o reitor, a conquista dos programas de residência médica é o pontapé inicial para outros programas e para um futuro aumento das vagas. Também para a Santa Casa, o fato é importante porque é a condição para que ela se torne um hospital de ensino, o que significará o aporte de mais recursos.
O prefeito Vilar lembrou que um hospital-escola tem uma tabela diferenciada do SUS, de cerca de 30%, o que poderá representar futuramente a rendição econômica da Santa Casa. Além disso, a residência agrega valor à faculdade de medicina dessa grande instituição que é a Unicastelo, afirmou.
ETAPA VENCIDA
O diretor do campus Fernandópolis, Amauri Piratininga, comentou que a obtenção dos programas de residência era condição sine qua non para a existência do curso de medicina, de acordo com uma nova portaria do Ministério da Educação e Cultura. Para Sequini Junior, é uma importante etapa vencida na luta pela condição de hospital-escola que a Santa Casa desenvolve.
Ademir Bariani, diretor do curso de medicina, revelou que, ao preparar a documentação para ingressar com o processo de pedido de criação da residência, os técnicos da universidade descobriram que ele já existia, tendo sido proposto pela própria Santa Casa: incorporamo-nos a esse processo, fizemos adequações e o resultado aí está, disse. Para Bariani, essa era a etapa mais complicada na criação do hospital-escola. Segundo ele, só 40% dos estudantes de medicina do Brasil têm residência médica.
O coordenador da residência, Luiz Gustavo Madi Antonio, afirmou que a aprovação dos programas fortalecerá o conceito de Fernandópolis como centro formador de profissionais na área da medicina. Para ele, o curso atrairá médicos de todo o país.
O edital do concurso de seleção deverá ser publicado em breve. A diretoria da Unicastelo prevê que o funcionamento tenha início já em fevereiro. Os exames serão aplicados pela Vunesp.
O projeto da residência médica prevê a construção de um prédio próprio no terreno de 7300 m2 que foi doado pela prefeitura à Santa Casa. Perguntado sobre quem arcará com os custos da obra, o prefeito Vilar provocou risos ao dizer que o prefeito já fez a sua parte, referindo-se à doação do imóvel. O reitor Selber emendou dizendo que a grande capacidade de iniciativa de gente como o Sequini Junior resolverá essa questão. Vamos à busca de recursos estaduais e federais, contando com o auxílio dos deputados da região.