Fernandopolense volta de intercâmbio na Alemanha “cheia de saudades”

20 de Agosto de 2025

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Fernandopolense volta de intercâmbio na Alemanha “cheia de saudades”
A jovem Tamires Maura Merlim, 19, voltou no último dia 6 de intercâmbio feito através do Rotary Clube Fernandópolis na cidade de Augsburg, na Alemanha. Tamires ficou um ano fora do país, mas confessa: “tenho vontade de voltar para lá”.

Apesar das diferenças culturais, ela diz ter adorado a experiência. Entre os hábitos diferentes que notou estão: sentar-se sempre no mesmo local à mesa; esperar até que todos peguem a comida para começar a comer; fazer apenas uma refeição principal – ou almoço ou jantar; tirar os sapatos antes de entrar em casa; ter horário para tudo, entre outros.

A alimentação também é bastante diferente. Feita a partir de muita salada – sempre depois da comida – muito pão, batata e nada de arroz e feijão. A carne só aparece em casas de famílias mais abastadas, devido ao alto custo. 400g custam cerca de 17 Euros, o que seria equivalente a R$ 42 no Brasil.

Tamires também estranhou o clima. Em janeiro, quando embarcou, deixou o Brasil no meio do verão e chegou à Alemanha no meio do inverno, com -10º de temperatura. Mas isso não se tornou um empecilho – ela até aproveitou para aprender a esquiar na neve.
Em Augsburg, ela morou com três famílias – conforme regra do intercâmbio – a primeira e a segunda com cinco membros, e a terceira, apenas quatro. Cada uma com um ritmo de vida diferente.

Tamires chegou à Alemanha falando apenas “oi”, “tchau” e “tudo bem” na língua germânica. Por conta disso, teve dificuldade para fazer amizades na escola. Mas aprendeu a falar, segundo seus próprios cálculos, “80% da língua” e acabou fazendo muitos amigos - não só entre os nativos, mas também com outros intercambiários do Japão, México, Índia, entre outros.

Lá ela aprendeu a ter que se virar sozinha. “Em Fernandópolis meus pais me levavam para todos os lugares de carro. Lá eu tinha que pegar ônibus e trem para tudo se quisesse sair de casa. Aqui, nunca fui a um caixa eletrônico sozinha, lá tive que me virar sozinha e em outra língua. Isso me fez tomar mais iniciativas, aprendi a me virar sozinha”, disse.

O vínculo criado com o país e as pessoas é tão intenso, que ainda este ano a jovem receberá uma das famílias que a hospedou na Alemanha. Eles tinham viagem programada para o México e decidiram mudar o roteiro para o Brasil. Outra pessoa, de outra família, virá em março e já combinou de se encontrar com Tamires em São Paulo.

De acordo com a garota, os alemães têm muita simpatia pelos brasileiros e, quando se referem ao Brasil, abrem os braços – fazendo menção ao Cristo Redentor que fica no Corcovado no Rio de Janeiro.

“Eles acham que o Brasil é o país do samba e carnaval, até me pediram para sambar. Outra visão que eles têm do nosso país é de que o mundo está em crise, mas o Brasil está crescendo. Eles adoram o presidente Lula, dizem que ele é muito bom para nós. Ele sai muito nas revistas e jornais de lá”.

Depois de um ano longe de casa, Tamires voltou e foi recepcionada com festa pelos pais e amigos. Agora, ela passa novamente pelo período de adaptação. Nos primeiros dias não achava nada do que queria em sua própria casa. E, ao sentar-se à mesa, não comeu enquanto todos não tivessem comida no prato. Como fazia na Alemanha.

Seus planos para o futuro são fazer cursinho e prestar vestibular para Medicina e, quem sabe, fazer especialização na Alemanha.