A jovem Tamires Maura Merlim, 19, voltou no último dia 6 de intercâmbio feito através do Rotary Clube Fernandópolis na cidade de Augsburg, na Alemanha. Tamires ficou um ano fora do país, mas confessa: tenho vontade de voltar para lá.
Apesar das diferenças culturais, ela diz ter adorado a experiência. Entre os hábitos diferentes que notou estão: sentar-se sempre no mesmo local à mesa; esperar até que todos peguem a comida para começar a comer; fazer apenas uma refeição principal ou almoço ou jantar; tirar os sapatos antes de entrar em casa; ter horário para tudo, entre outros.
A alimentação também é bastante diferente. Feita a partir de muita salada sempre depois da comida muito pão, batata e nada de arroz e feijão. A carne só aparece em casas de famílias mais abastadas, devido ao alto custo. 400g custam cerca de 17 Euros, o que seria equivalente a R$ 42 no Brasil.
Tamires também estranhou o clima. Em janeiro, quando embarcou, deixou o Brasil no meio do verão e chegou à Alemanha no meio do inverno, com -10º de temperatura. Mas isso não se tornou um empecilho ela até aproveitou para aprender a esquiar na neve.
Em Augsburg, ela morou com três famílias conforme regra do intercâmbio a primeira e a segunda com cinco membros, e a terceira, apenas quatro. Cada uma com um ritmo de vida diferente.
Tamires chegou à Alemanha falando apenas oi, tchau e tudo bem na língua germânica. Por conta disso, teve dificuldade para fazer amizades na escola. Mas aprendeu a falar, segundo seus próprios cálculos, 80% da língua e acabou fazendo muitos amigos - não só entre os nativos, mas também com outros intercambiários do Japão, México, Índia, entre outros.
Lá ela aprendeu a ter que se virar sozinha. Em Fernandópolis meus pais me levavam para todos os lugares de carro. Lá eu tinha que pegar ônibus e trem para tudo se quisesse sair de casa. Aqui, nunca fui a um caixa eletrônico sozinha, lá tive que me virar sozinha e em outra língua. Isso me fez tomar mais iniciativas, aprendi a me virar sozinha, disse.
O vínculo criado com o país e as pessoas é tão intenso, que ainda este ano a jovem receberá uma das famílias que a hospedou na Alemanha. Eles tinham viagem programada para o México e decidiram mudar o roteiro para o Brasil. Outra pessoa, de outra família, virá em março e já combinou de se encontrar com Tamires em São Paulo.
De acordo com a garota, os alemães têm muita simpatia pelos brasileiros e, quando se referem ao Brasil, abrem os braços fazendo menção ao Cristo Redentor que fica no Corcovado no Rio de Janeiro.
Eles acham que o Brasil é o país do samba e carnaval, até me pediram para sambar. Outra visão que eles têm do nosso país é de que o mundo está em crise, mas o Brasil está crescendo. Eles adoram o presidente Lula, dizem que ele é muito bom para nós. Ele sai muito nas revistas e jornais de lá.
Depois de um ano longe de casa, Tamires voltou e foi recepcionada com festa pelos pais e amigos. Agora, ela passa novamente pelo período de adaptação. Nos primeiros dias não achava nada do que queria em sua própria casa. E, ao sentar-se à mesa, não comeu enquanto todos não tivessem comida no prato. Como fazia na Alemanha.
Seus planos para o futuro são fazer cursinho e prestar vestibular para Medicina e, quem sabe, fazer especialização na Alemanha.