Street boys: eles estiveram a um passo de Las Vegas

20 de Agosto de 2025

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Street boys: eles estiveram a um passo de Las Vegas
Diferente da maioria dos brasileiros que já nasce com o samba nos pés, os integrantes da Cia. de Dança Street Boys de Fernandópolis têm no sangue a dança de rua - ou “Street Dance”, como é popularmente conhecida.

O talento dos jovens foi reconhecido no início deste ano, quando venceram um campeonato de hip hop em Ribeirão Preto, garantindo vaga para o campeonato mundial nos Estados Unidos. Com uma coreografia de dois minutos, eles obtiveram a primeira colocação entre vários grupos de destaque do país.

Mas o sonho terminou no Consulado Americano com a negativa de oito, dos nove vistos, para entrar no país. Tudo o que foi possível fazer para participar da competição eles fizeram, mas não tiveram êxito.

Só para se deslocarem até o Consulado, em São Paulo, eles gastaram cerca de R$ 7 mil. Para arrecadar esse dinheiro foi necessário vender rifas que, ao todo, arrecadariam R$ 10 mil. Só que nem todo mundo pagou, e eles tiveram que desembolsar R$ 2 mil para a viagem.

Vislumbrando a possibilidade de viajar para o exterior, eles pleitearam uma verba no Ministério da Cultura, no valor de R$ 27 mil para cobrir as despesas dos nove integrantes do grupo; mas o Ministério dispôs apenas de R$ 15 mil, mediante a aprovação de várias documentações.

Esse valor só cobriria os gastos de cinco pessoas, uma vez que o custo – por pessoa – era de R$ 3 mil. Para não ver o sonho morrer, eles decidiram pedir ajuda à Associação de Amigos do Município de Fernandópolis, empresários e autoridades da cidade, que se dispuseram a dar alguma ajuda. O que faltasse para completar os R$ 27 mil, eles fariam um empréstimo em um banco. Estava tudo certo. Eles só não contavam com a negativa do Consulado Americano.

“O nosso sentimento é de frustração. Nunca imaginávamos que o Consulado não fosse nos permitir entrar nos Estados Unidos. Ninguém nos informou que havia tanta burocracia. Conseguimos o patrocínio do Ministério do Turismo, mas enrolou no visto. Ficamos muito perplexos e tristes por saber que pelo fato de sermos de condição humilde, não podermos mostrar nosso trabalho”, disse Leandro dos Santos de Souza Izidoro, um dos integrantes do grupo.

Nem mesmo todos esses empecilhos impediram que os Street boys levantassem a cabeça e continuassem a levar a bandeira do Street Dance. Eles estão disputando e vencendo campeonatos por todo país. Mesmo sem patrocinadores, não desistem de lutar por esse sonho. Seu maior estímulo é ver o sorriso estampado nos lábios da equipe. “O nosso estímulo maior não são os aplausos e tapas nas costas, mas é ver aqueles garotos – que passam por tantas dificuldades – com um sorriso nos lábios, dando o seu melhor durante a dança”, concluiu Leandro.