M. quer ser feliz, nem que seja na aparência

20 de Agosto de 2025

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M. quer ser feliz, nem que seja na aparência
M.P.L.F. é uma típica menina de 14 anos. Vaidosa e fã do Corinthians, encontra no atacante Jorge Henrique seu ídolo do futebol. Seu sonho é conhecer o centro de treinamento e passar algumas horas ao lado do jogador. Seu lema é: viver feliz sempre, mesmo que na aparência. Uma declaração chocante para uma garota dessa idade.

Só quem conhece um pouco a história de vida de M. consegue entender seus pensamentos. Freqüentadora há sete anos do Centro Social de Menores, ela está próxima de terminar os seis meses da L.A. - Liberdade Assistida. Sem rodeios, ela conta que levou uma faca para um colega de escola que estava envolvido em uma briga e acabou sendo levada para o Fórum.

Seu amigo nada sofreu, mas M. poderia ter colocado a mãe, que tanto ama, atrás das grades, ou ter sido internada na unidade da Febem da cidade de Lins. O juiz Evandro Pelarin achou por bem colocá-la sob os cuidados da L. A. Sobre o fato ela é clara: “Aprendi a não ajudar os outros porque ninguém me ajuda”.

Mesmo assim, o fato mudou radicalmente a vida dela. M. passou a ser uma menina mais calma e responsável. No próximo ano, pretende ingressar no projeto Jovem Aprendiz, do Acredite, que funciona no Centro Social.

Agora ela se prepara para o Natal. Faz sete anos que sua família comemora a data na casa de uma vizinha. Este ano ela estará acompanhada da mãe e da avó, já que o pai morreu há cinco anos na cadeia onde cumpria pena. Uma das irmãs mora em outro estado e a outra se casou e mudou para São João das Duas Pontes.

Para M. Natal é dia de festa, de encontrar os amigos. Dia de estampar a felicidade mesmo que não seja de dentro para fora.