Uma restrição lançada na autorização à Associação Anti-Alcoólica de Fernandópolis quanto à exploração do chamado Trenzinho da Alegria veículo alegórico que circula pelas ruas da cidade no mês de dezembro, conduzindo principalmente crianças pôs fim a uma tradição natalina.
Há 25 anos, a AAA explora os serviços do trenzinho, que é a sua única fonte de renda. A entidade, que é reconhecida como de utilidade pública, paga mensalmente tarifas de água, luz e até IPTU, além dos serviços de um escritório de contabilidade e de consumir combustível nas visitas a doentes alcoólicos, muitas delas em outras cidades.
Neste Natal, a AAA receberia R$ 2,5 mil para autorizar a exploração dos serviços do trenzinho ao comerciante Márcio Justi, que já há alguns anos explora o serviço. Tanto Justi quanto a AAA estabeleceram que o trenzinho deveria funcionar de 10 a 23 de dezembro.
Contudo, o prefeito Luiz Vilar de Siqueira condicionou o serviço à não-utilização da praça central. De próprio punho, o prefeito despachou, no requerimento do presidente Dalberto Antonio e do tesoureiro Osvaldo Silva: Autorizo, para funcionar unicamente como ponto de embarque e desembarque na rua ao lado da V2 e supermercado Sakashita (em instalação) ao lado do terreno do Okagima.
Ao tomar conhecimento do despacho, Osvaldo Silva, que é advogado, recorreu a vários assessores, para que fizessem o prefeito mudar de opinião. Ele se mostrou irredutível, lamentou Silva. Segundo o advogado, a decisão do prefeito inviabilizou economicamente o Trenzinho da Alegria: Você acha que os pais iriam sair da praça e levar os filhos ate o embarque do trenzinho, a mais de 1 km da praça?, indagou.
Silva acrescenta: Além disso, nós temos autorização da Mitra Diocesana, dona da área onde se daria o embarque, para operar o trenzinho. A prefeitura decidiu sobre uma área que não lhe pertence, e sim à Igreja Católica, lamentou.
A diretoria da Associação Anti-Alcoólica, fundada em 1972, distribuiu na quinta-feira um comunicado à sociedade fernandopolense, onde explica a situação e lamenta a insensibilidade total do DD Prefeito Municipal à pretensão desta Associação. As dificuldades da AAA deverão aumentar no próximo ano. E o Trenzinho da Alegria não circulará em 2009.