João e Mariana (nomes fictícios, pois preferiram não se identificar) são os donos da Husky Siberiano de 12 anos idade - apelidada como Nicole - que sofreu eutanásia no último dia 30, após a confirmação de leishmaniose. O casal que procurou a reportagem no final da semana passada não se conforma pelo fato do município não informar a população da suspeita da doença.
Se eu soubesse que havia casos na cidade mesmo que não fossem confirmados teria vacinado minha cachorra. È preciso que as pessoas tenham conhecimento do que está acontecendo e isso é obrigação do município. Então por isso decidi procurar o jornal para alertar as pessoas desse mal, antes que elas também percam seus bichinhos de estimação.
João descobriu que a cachorra poderia estar com a doença depois que surgiu uma pequena mancha em seu olho esquerdo e os pêlos começaram a cair. Ao fazer pesquisas na internet, suas dúvidas aumentaram, e ele decidiu procurar uma clínica veterinária. Um mês depois, teve que sacrificar o animal.
Na última segunda feira, João e a esposa passaram por consulta com o médico infectologista do CADIP (Centro de Atendimento de Doenças Infecto-Parasitárias), Marcio Gaggini e na quarta-feira realizaram uma série de exames para ver se eles foram contaminados pela doença. Durante 150 dias eles serão monitorados.
Depois que a cachorra foi sacrificada, João descobriu que há outros casos de leishmaniose na cidade em conversa com amigos. Um veterinário da cidade me garantiu que já há vários casos, mas disse também que a ordem da Vigilância aos funcionários é dizer que todo caso é o primeiro caso. Esse mesmo veterinário me informou que o primeiro casal que teve um cachorro com leishmaniose foram os donos de uma revendedora de bebidas na cidade. Falou também de um universitário que desapareceu com seu cão depois que foi detectada a doença. Minha mãe me contou que uma vizinha sacrificou dois cachorros e que outros dois cães, também dela, deveriam ser sacrificados, afirmou.
Um veterinário da cidade também revelou ao CIDADÃO nesta quinta-feira que está temeroso com o número de cães sadios que tem surgido com leishmaniose. Isso me preocupa, pois eles não fazem parte do grupo de risco, são cães saudáveis bonitos que não apresentam sintomatologia. Estou avisando meus parentes para tomarem cuidado. A vacina para prevenção existe, mas não é reconhecida pelo governo, então eu não uso em minha clínica. Diante de tudo isso é para ficar preocupado mesmo.
João e Mariana, além de sofrer pela ausência da cachorra, agora não podem mais ter os netos em casa, pois os pais temem que os filhos sejam contaminados. Vai ser difícil superar essas perdas, disse o casal.