O ex-vereador de Fernandópolis Warley Luiz Campanha de Araujo (DEM), cassado há 13 dias por seus pares da Câmara Municipal, sob a acusação de quebra de decoro parlamentar, foi libertado no início da noite desta quinta-feira, por decisão do juiz Evandro Pelarin, da 1ª Vara Criminal da Comarca.
Acusado do crime de concussão (extorsão praticada no exercício de cargo ou função pública) praticado contra o assessor jurídico da Câmara, Ricardo Franco de Almeida, de quem teria exigido R$ 20 mil parcelados para mantê-lo no cargo, Warley foi detido no dia 6 de agosto, com prisão preventiva decretada pelo juiz Pelarin.
Depois de quatro dias internado na Santa Casa de Fernandópolis passou mal no 1º Distrito Policial, no dia da prisão Warley foi conduzido à cadeia pública de Estrela DOeste. No total, foram 85 dias até a audiência de instrução e julgamento, marcada para esta quinta-feira.
SEGURANÇA
Um forte esquema de segurança marcou a chegada do réu ao Fórum de Fernandópolis. Eram 14h46 quando uma Blazer da Polícia Militar, escoltada por dois batedores em motocicletas, ingressou no pátio interno da sede do Judiciário. A audiência na 1ª Vara Criminal começou no horário previsto 15h15. Warley foi o último a depor, e a audiência se estendeu até as 18h56, quando o juiz Pelarin decretou a revogação da prisão preventiva.
Diversas equipes de emissoras de rádio e TV, jornais e sites deram plantão na entrada do Fórum, cujo diretor, o juiz Alceu Corrêa Junior, acabou por autorizar a entrada de repórteres no saguão, desde que sem câmeras ou filmadoras. Abordado na chegada, Welson Olegário, advogado de Warley, disse apenas que já apresentara sua defesa nos autos: Agora é com o juiz, disse.
Depois da oitiva da vítima e de testemunhas de acusação e defesa, o juiz interrogou o réu. Mais magro e abatido, com os cabelos crescidos, Warley foi introduzido na sala de audiências. Dali, ele foi conduzido de volta ao presídio de Estrela DOeste, para cumprir as formalidades de soltura. No início da noite, Welson Olegário foi buscá-lo na cidade vizinha (18 km) e o levou para casa, onde Warley amanhecerá exatamente no dia 30 de outubro, a data de seu aniversário.
PERÍCIA
Na audiência, Evandro Pelarin, além de revogar a preventiva, acolheu pedido da defesa e determinou perícia no vídeo em que Warley aparece recebendo dinheiro de Ricardo Franco. O filme foi produzido com apoio logístico do GAECO Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, órgão ligado ao Ministério Público.
Não houve julgamento, apenas o encerramento da fase de instrução do processo. O próximo passo será a nomeação de perito para analisar a fita. Na opinião de observadores ligados ao Judiciário, os depoimentos das testemunhas nada trouxeram de novo ao processo.