Cerca de 80 pessoas acompanharam ontem à noite a sessão extraordinária da Câmara de Fernandópolis que votou o processo em trâmite na Comissão de Ética contra o vereador e ex-presidente da casa, Warley Luiz Campanha de Araujo (DEM). Ao final, por nove votos a zero, o plenário optou pela cassação. Julio Cesar Zarola, suplente de Warley, se absteve de votar.
O advogado Guilherme Soncini da Costa, contratado pelo Legislativo para orientar a Comissão de Ética, participou da sessão, assim como o defensor de Warley, Welson Olegário.
Warley cumpre prisão preventiva na cadeia pública de Estrela DOeste, sob a acusação de crime de concussão extorsão praticada no exercício de cargo ou função pública contra o assessor jurídico da Câmara, Ricardo Franco de Almeida.
Um filme produzido pelo próprio Ricardo Franco mostra o momento em que este entrega um maço de cédulas ao ex-presidente, numa sala da prefeitura de Fernandópolis. A filmagem foi feita com o auxílio do GAECO Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, ligado ao Ministério Público.
O advogado Welson Olegário, que na tarde de ontem protocolara no Fórum um mandado de segurança com pedido de liminar para suspender a sessão distribuído para a 3ª Vara Cível, cujo titular, o juiz Alceu Corrêa Junior, negou a liminar falou por cerca de 40 minutos.
Logo que subiu à tribuna, Olegário solicitou que fosse consignada em ata a presença na platéia do promotor de Justiça Daniel Azadinho, que, coincidentemente, deixara o local menos de um minuto antes. Azadinho, que responde pela 5ª Promotoria, foi o autor da denúncia contra o vereador.
Não houve debates, e teve início a votação nominal. Todos se manifestaram favoráveis à cassação. A vereadora Candinha citou uma passagem bíblica sobre julgar e ser julgado e falou da tristeza que a cidade vive nesse momento. O Projeto de Resolução que cassou o mandato eletivo do vereador Warley Campanha foi aprovado às 19h46. Em seguida, o presidente Dorival Pântano encerrou a sessão.