A Diretora Regional de Ensino Adélia Menezes, esteve na escola Professor Antônio Tanuri, nessa sexta-feira, para oferecer ajuda ao diretor José Alberto Brandini, que foi ameaçado de morte pelo pai e tio de um aluno, que teria agredido o diretor na sala de aula. Adélia estava viajando quando tudo ocorreu, mas mesmo por telefone, pediu para que fosse transmitido a ele total apoio da Diretoria.
Durante a semana, surgiram rumores de que a diretora estaria forçando o diretor a retirar a queixa contra a família do aluno e que José Brandini estaria negando. Durante essa semana, o CIDADÃO entrou em contato com Adélia, que negou ter feito qualquer pedido do tipo a Brandini.
Adélia disse ainda, que o diretor tomou a decisão certa ao comunicar as autoridades, mas que terá que ter mais cuidado, pois, agora, o problema tomou uma esfera maior. Nunca pedimos para ele retirar a queixa. Inclusive quando aconteceu, comunicamos imediatamente a Secretaria Estadual da Educação. Temos que zelar pela segurança das pessoas que estão aqui dentro. O diretor tem falado comigo todos os dias. Inclusive falei para ele tomar cuidado quando está chegando na escola, na casa, para er se tem alguém por perto. A gente fica preocupada que algo ocorra com ele. Oferecemos o carro da Diretoria de Ensino para ir levá-lo e buscá-lo na escola, mas ele não quis. Ele vem aguentando muita coisa há mais de anos. Então eu acho que chegou na hora de dar um basta e servir de exemplo para todo mundo, disse.
A diretora de ensino relembrou um fato semelhante que ocorreu na escola Afonso Cáfaro há cerca de dois anos, onde o juiz da Vara da Infância de Juventude Evandro Pelarin, acompanhado da Polícia e Conselho Tutelar precisou intervir. Segundo Adélia, depois disso, tudo mudou. O mesmo começou a ocorrer na escola Carlos Barozzi, mas através de conversas com os pais dos alunos que vinham apresentando problema, a realidade hoje é outra. De acordo com Menezes, o Tanuri tem sido o maior problema da Diretoria Regional de Ensino de Fernandópolis.
Para tentar solucionar o problema, na próxima terça-feira, 6, o promotor de Justiça Denis Henrique Silva, junto com Adélia, estarão visitando a escola e conversando com os professores e funcionários. Denis pretende implantar um trabalho psicosocial com os pais dos alunos que tem apresentado problemas nas escolas.
O caso
Três alunos da Escola Professor Antônio Tanuri foram encaminhados à Cadeia Pública de Guarani D´Oeste, no dia 23, por indisciplina. Um deles, de 17 anos, teria agredido ao diretor depois que a inspetora de alunos chamou sua atenção por chegar atrasado e pular o muro da escola. Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude Evandro Pelarin - que decretou a prisão o aluno teria também empurrado e agredido verbalmente uma funcionária. Em seguida, quando o diretor entrou na sala para tirar satisfações com o adolescente, este teria lhe arremessado materiais escolares. Os objetos feriram a boca do diretor, causando sangramento.
Posteriormente, o pai e o tio do aluno foram até a escola para ameaçar o diretor. Boletins de ocorrência foram feitos pela vítima. Os dois outros alunos que também foram encaminhados à Cadeia já estavam arrolados em um processo por agressão (chute na cabeça) de um aluno dentro da escola. No dia 25, mais 20 alunos da mesma escola foram encaminhados ao Conselho Tutelar por indisciplina, após uma palestra feita pela manhã por Pelarin, que estava acompanhado pela Polícia Militar e do Conselho Tutelar. De acordo com os conselheiros, alguns dos menores já estavam cumprindo algumas medidas sócio-educativas.
Essa semana, o adolescente de 17 anos foi transferido para a Fundação Casa de Lins e vai aguardar o julgamento em regime de internação. Já os outros dois menores, foram transferidos para a Fundação Casa de Araçatuba. O pai e o tio do garoto correm o risco de prisão por ameaçar José Brandini. No próximo dia 15 eles serão ouvidos pela Justiça.
