Defesa de Warley considera que “caso não tem testemunhas”

20 de Agosto de 2025

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Defesa de Warley considera que “caso não tem testemunhas”
Encerrada a fase de oitiva de testemunhas no processo movido pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Fernandópolis contra o ex-presidente da Casa, Warley Luiz Campanha de Araujo, o advogado deste, Welson Olegário, entende que “o depoimento das duas testemunhas apresentadas pela acusação é inconclusivo e nada acrescenta aos autos”.

Para Olegário, que não arrolou testemunhas no inquérito, tanto o depoimento do taxista Bernardino Silveira, que transporta costumeiramente o assessor jurídico Ricardo Franco de Almeida, quanto o do radialista e ex-vereador Alaor Pereira Marques, não provam qualquer ação desabonadora de Warley.

“O taxista não conseguiu sequer descrever a agência do INSS de Fernandópolis, aliás ele disse que nunca entrou lá. Então, teria presenciado o suposto encontro de Ricardo e Warley na agência de dentro de seu carro, onde disse que aguardou. Ora, os vidros da agência não permitiriam que visse nada”, disse.

Quanto ao depoimento de Alaor, que afirmou ter visto, da sala interna de reuniões do Palácio 22 de Maio, Ricardo entrar com um envelope na sala de Warley e sair sem ele, Olegário o considera pífio: “Perguntei a Alaor se ele revistou Ricardo, para ter certeza de que saiu sem o envelope. Ele disse que não – assim como confessou não ter visto Ricardo entregar o que quer que fosse ao Warley. Na verdade, este é um caso sem testemunhas, onde fica a palavra de um (Ricardo) contra a do outro (Warley). Assim, tem que prevalecer a presunção de inocência”, considerou.

VÍDEO

O advogado criticou o repasse do vídeo produzido por Ricardo com a ajuda do GAECO à imprensa: “Pedirei sindicância para apurar quem foi que divulgou o DVD antes dele ter sido periciado”, afirmou Olegário.

Para o advogado, existem “cortes” que têm que ser analisados pela perícia para que se chegue a uma conclusão lógica.

Indagado do motivo de não ter arrolado testemunhas de defesa, ele reiterou: “Na verdade, não há qualquer prova testemunhal – nem contra, nem a favor – neste caso. Assim, estou refutando as provas produzidas pela acusação”, explicou.

PROMOTORIA

Welson Olegário se mostrou indignado com a informação de que um representante do Ministério Público estaria acompanhando de perto os atos da Comissão de Ética – esse promotor teria, inclusive, participado da oitiva de Ricardo Franco na terça-feira, no Palácio 22 de Maio. “Isso é invasão de seara alheia, a Comissão é soberana para decidir, dentro do Conselho de Ética. A autonomia dos poderes tem que ser respeitada”.

Quanto ao processo-crime contra Warley, em andamento na Comarca, Olegário disse que vai pedir, junto com a defesa preliminar, o não-recebimento da denúncia com apoio na prova testemunhal produzida perante o Conselho de Ética, que, na sua valoração, isenta o acusado de ter praticado os atos mencionados pela vítima. “Isso redundará ainda num pedido de revogação da prisão preventiva”, previu.