A escolhida

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

A escolhida
Nesse domingo, 20 de setembro, comemora-se o Dia do Funcionário Municipal. Em Fernandópolis, muitos deles renderiam boas histórias à coluna Nossa Gente, mas uma funcionária em especial foi motivo de destaque este ano: Carla Filomena Galvani Vieira Gomes, atual chefe de gabinete de Prefeitura.

Ela ganhou evidência depois que seu nome foi anunciado entre os que fariam parte da nova diretoria municipal. A surpresa maior, segundo conta ela mesma, não foi o fato de estar entre os 22 nomes indicados, mas de ocupar um dos cargos mais cobiçados. “Eu esperava ocupar um cargo na Prefeitura, mas não este cargo. Quando o prefeito Vilar me fez a proposta – uma semana antes do anúncio público, em 19 de dezembro - fiquei surpresa, mas não tive dúvidas, disse de imediato: sim”, afirmou.

Essa não é a primeira experiência de Carla como funcionária pública. Seu primeiro emprego, aos 16 anos, no Paraná – seu Estado natal – foi na Secretaria da Agricultura, onde começou como auxiliar administrativo. Aos 19, quando foi para Curitiba estudar, foi transferida para a Secretaria da Justiça, Trabalho e Ação Social. Lá trabalhou num programa que auxiliava as comunidades carentes, o Fundec (Fundação de Desenvolvimento Comunitário).

Em 1991, Carla passou em um vestibular em São Carlos (SP) e passou a fazer cursinho na cidade. No ano seguinte ingressou no curso de Direito e acabou conhecendo seu marido (Arnaldo Tadeu Cotrin Gomes) na faculdade. Em 1995, depois de formados, decidiram mudar-se para Fernandópolis, depois que o pai de Arnaldo falecera e deixou sua mãe viúva.

Ambos passaram, então, a advogar na cidade. Carla, acostumada com o clima frio do Sul, sofreu muito ao chegar a Fernandópolis. Por vezes ficou doente e precisou ser internada na Santa Casa. Logo se acostumou com o clima e, na primeira visita da mãe à cidade, mandou embora todos os cobertores, sobretudo, casacos que havia trazido para cá. Depois de algum tempo na cidade, Carla resolveu se dedicar a uma velha paixão: a política. No colégio fora presidente de Grêmio Estudantil e, aos 19 anos, decidiu sair como candidata à vereadora, mas acabou não ganhando. Em 2004, resolveu voltar às origens e apoiar o candidato Armando Farinazzo, que acabou não vencendo as eleições.

Em 2008, foi convidada por Farinazzo para sair como candidata à vereadora e aceitou. “Aceitei, pois além de gostar de política, seria muito bom para minha profissão. Fiz minha campanha na sola do sapato. Acredito que se a gente quer alguma coisa na vida tem que correr atrás; se não corrermos, não chegamos”, disse. E foi durante a campanha que Carla conheceu, de fato, Luiz Vilar que, na ocasião, era presidente da Fundação Educacional de Fernandópolis, (FEF).

Questionada sobre os possíveis fatores que teriam levado Vilar a indicar seu nome ao cargo de confiança, ela responde: desde o primeiro momento eu “vesti a camisa” e trabalhei muito durante a campanha. Acho que ele reconheceu meu trabalho e principalmente quem eu sou. Muitas pessoas me acham séria, brava. Na realidade sou autêntica, acho que se eu sorrisse 24 horas por dia estaria fingindo, sendo alguém que não sou. Muitas vezes estou preocupada por não ter conseguido ajudar alguém que gostaria de ter ajudado e não pude. Recebo muitas pessoas por dia no gabinete, pessoas importantes e pessoas simples, que se você oferece uma água ou um café na xícara ela chora, porque você a fez se sentir gente. Esse é meu trabalho, esse é o meu jeito. Estou aprendendo muito e fazendo o que sempre quis fazer um dia. Estou adorando”.

Um dos maiores sonhos de Carla é ver as duas filhas fernandopolenses – Branca e Marina – se formarem para poder realizar seus próprios sonhos e, se possível, em Fernandópolis, para poder retribuir ao município tudo de bom que ela e o marido têm colhido.