Depois de mais de dois anos de espera, os credores das Indústrias Reunidas CMA Ltda, mais conhecida como Frigorífico Mozaquatro, começam a receber parte da dívida. O total de R$ 1,3 milhões que corresponde a um terço dos valores depositados nos autos serão distribuídos entre os seguintes credores: imprensa oficial do Estado de São Paulo (R$ 14.119,58 mil); créditos para com as fazendas públicas (R$ 36.345,12 mil); bancos (R$ 657.138,03 mil); fornecedores pecuaristas (R$ 565.859,81 mil) e fornecedores diversos (R$ 111.401,55 mil). Cada um receberá o percentual de 11,88%.
O anúncio foi feito pelo presidente do Sindicato Rural de Fernandópolis (SIRF), Marcos Antônio Mazeti, acompanhado do juiz Heitor Katsumi Miura e do administrador judicial da recuperação, Antônio Carlos Cantarella. Dos 113 pecuaristas ligados à SIRF, 70 já começaram a ser pagos nessa quinta-feira. Os demais que não informaram o número da conta bancária devem procurar o Sindicato para receber a quantia.
Segundo Miura, o atraso da liberação da recuperação judicial se deu em função de dois fatores: o sequestro de bens do proprietário por parte da Justiça Federal e a crise financeira que afetou o setor pecuário e, consequentemente, o frigorífico. Heitor atribuiu a conquista a uma ação inicial feita pelo juiz Evandro Pelarin que, no início, respondia pela causa. O plano de recuperação judicial se iniciou por uma decisão muito corajosa do juiz Evandro Pelarin, que liberou o desbloqueio de um imóvel do Frigorífico que estava em sequestro pela Justiça. Isso permitiu que fosse feito esse primeiro pagamento. Não sei se eu teria tido a mesma coragem, afirmou.
Novos pagamentos serão feitos à medida que forem arrecadados outros fundos. Uma outra fonte de receita seria a liberação de uma fazenda situada na cidade de Monções - avaliada em R$ 6 milhões - que também foi sequestrada pela Justiça. A decisão cabe ao Superior Tribunal de Justiça. Também foi utilizada para pagamento dos credores a arrecadação mensal do arrendamento das plantas de Fernandópolis (antigo Curtume, arrendado pelo Grupo Minerva) e Monte Aprazível.
Uma empresa de Presidente Prudente, a Prudemar, está em negociação para arrendar o Frigorífico de Fernandópolis. Três empresas (Torlin, Arantes e Estrela Alimentos) já arrendaram o local, mas nenhuma teve êxito.