A coluna Nossa Gente desta edição especial sobre universitários, conta a história de vida do professor Carlos Eduardo Maia de Oliveira, um cirurgião-dentista que se tornou professor de biologia por acaso. Parte da sua paixão pela área acadêmica veio por intermédio dos pais que são professores aposentados. Carlos formou-se em odontologia pela Unesp de Araçatuba em 1994. Desde então, passou a atuar como cirurgião dentista em Fernandópolis, sua terra natal.
Sua ligação com a biologia surgiu quando uma amiga, que é bióloga, pediu para que ele a substituísse em uma escola particular por um dia. Carlos aceitou o desafio, estudou o conteúdo e foi para a sala de aula. A experiência agradou não só a ele, mas aos alunos que o elogiaram no dia seguinte para a professora. Satisfeita com o resultado, sua amiga passou a indicá-lo para realizar outras substituições. Foi então que Oliveira decidiu fazer o curso de Biologia na Fundação Educacional de Fernandópolis. A paixão pela área e um mestrado em microbiologia que ele havia feito na Unesp/Jaboticabal o ajudou a se destacar no curso. No ano seguinte a sua formatura, 2004, ele foi convidado pelo coordenador da Biologia para fazer parte dos docentes da FEF.
Algum tempo depois, Carlos decidiu fazer doutorado em geologia regional na Unesp/Rio Claro, pelo fato de ter encontrado fósseis na região. Depois de obter mais essa especialidade, começou também a ministrar aulas de paleontologia na faculdade. Além de atuar com professor, começou a desenvolver pesquisas na área da microbiologia (especialização com bactérias) e na área da paleontologia com fósseis de dinossauros e crocodilos.
Esses estudos lhe renderam quatro apresentações em congressos internacionais nos EUA, Escócia, Irlanda e Inglaterra, sendo esse último realizado em 2009. Segundo Carlos, tudo isso só foi possível com o auxílio da FEF, que conseguiu uma autorização muito rara de se conquistar do Departamento Nacional de Produção Mineral (autarquia do Governo Federal) para trabalhar com fósseis.
Em 2008, Oliveira foi convidado pela Unicastelo para também fazer parte do grupo acadêmico da instituição. Ele começou ministrando a disciplina de microbiologia para o curso de Odontologia e, posteriormente, para os alunos de Medicina, como professor de microbiologia no módulo III das doenças. Carlos também já deu aulas em várias escolas de ensino médio da região e outro estado, como Votuporanga, Jales, Santa Fé do Sul, Estrela D´Oeste, Guararapes e Iturama (MG). Durante a entrevista, Carlos fez questão de destacar dois temas: a importância das duas faculdades em Fernandópolis e o seu amor por sua terra natal.
Sou bairrista ao extremo, detesto que falem mal da minha cidade. Eu amo Fernandópolis e vejo muitas qualidades em nossa cidade. Uma delas são as universidades. Temos cursos que outras cidades da região não têm, como Medicina. Por conta disso, temos hoje a maior população universitária da nossa região. Isso tem gerado um impacto positivo na economia da nossa cidade. Essa é uma das qualidades de Fernandópolis. Por esse e outros motivos, deveríamos nos orgulhar de nossa cidade, concluiu Carlos Eduardo.