Genir Gusson - a nova diretora da Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) é uma mulher muito dinâmica. Levanta às 6h, vai para a academia, malha uma hora e meia e volta para cuidar dos afazeres do lar e de sua vida particular. Durante a semana faz aulas de italiano, espanhol, inglês, de dança circular e ainda se dedica à Unati e aos trabalhos que desenvolve dentro da igreja Católica, onde atua como ministra instituída, coordenadora do grupo de quarteirão e na equipe Rosa Mística.
Uma vez por mês, auxilia no preparo do lanche que é servido a pacientes do SUS da Santa Casa e, uma vez a cada 40 dias, também ajuda a preparar os lanches oferecidos aos pacientes da AVCC (Associação Voluntária no Combate ao Câncer) que viajam a Barretos em busca de tratamento.
Quanto à vida profissional, Genir é professora aposentada. Lecionou no Estado por 35 anos, sendo 25 só na escola Sesi de Fernandópolis. Além do curso Normal, fez faculdade de Pedagogia, Administração Escolar e Estudos Sociais.
Um de seus hobbies é cozinhar e viajar. Já foi à França e tem sonho de conhecer a Itália. No Brasil, conhece bem o Sul e o Sudeste do país, além de parte do Nordeste. No próximo mês viaja para Recife. Para acompanhar o ritmo de vida de Genir, são necessários pelo menos dois requisitos básicos: disposição e independência. Esse último requisito ela conquistou desde muito cedo, aos 12 anos, quando aprendeu a trabalhar como manicure. Depois de passar horas observando o trabalho de outras profissionais, viu que também era capaz. Depois desse emprego vieram outros, de doméstica, costureira e muitos outros. Mas seu sonho era ser psicóloga ou enfermeira. Todavia, teve que se contentar com o diploma de professora, pois era o que se oferecia nas faculdades da região. Frustração? De forma alguma, pois amava a profissão e tinha orgulho de lembrar que para conquistá-la teve que passar por cima de muitos tabus.
Meus pais tiveram nove filhos, somente eu tive o privilégio de estudar. Naquela época o estudo não era importante; para a mulher menos ainda. Não havia incentivo por parte dos pais, pois eles também não tinham estudo, mas eu quis estudar e tive que pagar um preço: levantava às 6h, trabalhava no salão até as 18h e ainda ia para escola à noite, disse.
Quando havia três anos que trabalhava, seu pai faleceu, vítima de enfarto fulminante. Dos nove filhos dos quais era a caçula moravam ainda na casa dos pais, Genir e uma outra irmã que se casou dez anos depois. Mais tarde, foi a vez de sua mãe - dona Josephina partir. Quando ela começou a ficar doente, aos 75 anos de idade, Genir passou a não se ausentar tanto de casa. Foi nessa época que optou por não se casar. Primeiro porque sempre foi muito independente e jamais aceitaria ver sua liberdade cerceada, segundo, porque precisou cuidar dos pais.
Hoje, Genir mora sozinha e desfruta de total liberdade. Segundo ela, nem mesmo uma gata de estimação - que criou por 13 anos - a impedia de fazer suas viagens. Depois que as malas já estavam prontas, o animal ficava sob os cuidados de uma vizinha que - bondosamente - se encarregava de alimentá-la na ausência da professora.
É com toda essa disposição que Genir Gusson assume a presidência da Unati e, desde já, comunica: Eu e a Maria José (ex-presidente da Universidade) vamos trabalhar em conjunto. Não vou mudar nada do que vinha sendo feito, pois em time que está ganhando não se mexe, concluiu.