Delegado ouve novas testemunhas do “Caso Mariana”

20 de Agosto de 2025

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Delegado ouve novas testemunhas do “Caso Mariana”
A partir da próxima semana, o delegado José Flávio Guimarães, do 2º Distrito Policial de Fernandópolis, ouvirá novas testemunhas do “Caso Mariana”. Apenas três testemunhas depuseram até o momento.

Os interrogatórios foram adiados em função das férias escolares. A principal testemunha no caso, a catarinense Mariana Kleins Feltrin, deverá ser a primeira a ser ouvida na próxima semana.

Kleins era uma das melhores amigas da vítima, Mariana Finazzi de Almeida, e estava abraçada a ela quando esta caiu ao solo, durante festa numa chácara, em 19 de junho último. Mariana e mais três colegas - Matheus Guimarães Almeida, Thaísa Helena de Paula Azanha e Hugo Moraes – tentaram socorrer a amiga, mas ela chegou à Santa Casa já sem vida.

A causa da morte da estudante ainda é desconhecida. Segundo José Flávio, o laudo de três exames que foram requisitados (toxicológico, pericial e de necropsia) ainda não chegou.

Existe a suspeita de que ela possa ter inalado um spray, conhecido como “Buzina do barulho”. Consta no boletim de ocorrência que “a vítima, de acordo com relato das testemunhas arroladas (Matheus, Thaísa, Hugo e Mariana Klein), ingeriu cerveja e vodka com refrigerante, bem como inalou uma substância do interior de um frasco, tipo spray, de buzina do barulho, sendo que por volta das 02h00, passou mal, caiu no chão e vomitou. As quatro testemunhas arroladas que lá se encontravam tentaram reanimá-la, mas de nada adiantou, oportunidade em que as testemunhas colocaram a vítima em um veículo e rumaram todos para a Santa Casa de Misericórdia local”.

Essa mesma versão, fornecida no momento da elaboração do boletim de ocorrência, não foi confirmada pelos estudantes Matheus, Thaísa e Hugo no final de junho, quando foram ouvidos pelo delegado José Flávio.

Agora será a vez de Mariana Kleins Feltrin depor. Em função das férias escolares ela havia retornado para sua cidade, o Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Em 26 de junho, a reportagem do CIDADÃO falou com Mariana por telefone. A jovem, por sua vez, também afirmou que não viu Mariana Finazzi com o spray na mão. Caso Mariana Kleins mantenha o que disse à reportagem quando for interrogada pelo delegado, haverá divergência no que foi dito pelos quatro estudantes quando foi lavrado o Boletim de Ocorrência, no dia da tragédia.

Há suspeitas de que haja um pacto de silêncio entre os estudantes. “Caso isso realmente esteja ocorrendo, eles podem ser incriminados por falso testemunho. A partir da próxima semana vou começar novamente os interrogatórios, vou ouvir quantas pessoas forem necessárias”, afirmou José Flávio.