Em grande estilo, a Orquestra de Violino dos Sonhadores se apresentou na última sexta-feira, 17, ao lado da Orquestra de Sopros de Fernandópolis (Osfer) durante o II Inverno in Concert no Teatro Municipal Merciol Viscardi.
Foi a primeira apresentação desde que o grupo se formou, há oito meses. Diante de um auditório repleto, a performance dos jovens emocionou os presentes.
Acompanhando os acordes dos Sonhadores e da Osfer estava um coral de 100 vozes formado por alunos da rede pública estadual de ensino - todos regidos pelo maestro Luís Fernando Paina. Para Luís Fernando, a junção dos grupos foi a realização de um sonho almejado há tempos.
Ter um projeto inicial de uma orquestra sinfônica em Fernandópolis é algo que eu nem imaginava quando a gente se reuniu no gabinete do doutor Evandro Pelarin há cerca de um ano, com o Devacir, o Marcos e o doutor Luiz Flávio Franqueiro, que tinham essa proposta de formar um grupo de violinos dentro do projeto Os Sonhadores. Fiquei muito contente quando eles me convidaram para auxiliá-los. Desde aquele momento eu já pensei em fazer essa junção, pois sabia que as duas forças juntas só poderiam culminar no que a gente viu hoje. Algo totalmente inédito, diferenciado com uma pitadinha de 100 crianças cantando clássicos da MPB e músicas infantis. Acho que as pessoas que vieram assistir nem imaginavam que fossem presenciar tudo isso. O grande acontecimento é o que foi plantado dentro do coração de cada uma dessas crianças hoje. E pode ter certeza que eles saíram daqui diferente, essa experiência eles jamais vão esquecer, por mais simples que possa parecer, afirmou Paina.
A ideia de montar uma orquestra de violinos surgiu depois que os diretores do grupo Os Sonhadores assistiram a uma apresentação de uma orquestra de violinos desenvolvida em favela do Recife, que se apresentou no programa do Faustão. O coordenador do projeto é um juiz da cidade, que se apaixonou pelo trabalho e acabou abraçando a causa.
Ao ver a apresentação da orquestra, os diretores decidiram procurar o juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, para que os auxiliasse no projeto. Pelarin não só achou a ideia ótima, como se dispôs a falar com o maestro Luís Fernando. O resultado de tudo isso pôde ser conferido no palco do Teatro Municipal, na última sexta-feira.
Entre os presentes estava o juiz Evandro Pelarin, que confessou ter tido, por alguns minutos, a sensação de estar em alguma cidade da Europa, tamanha a qualidade do evento. Eu achei sensacional Os Sonhadores terem inserido a música no projeto. Fiquei muito feliz de ver os meninos tocando. Senti-me como se estivesse numa capital europeia. Esse tipo de atividade traz um grande desafio, que é algo que o jovem gosta. É um desafio salutar que engrandece. Outro detalhe é a forma como o maestro Luís Fernando também conduz esses jovens para a música. Ele não acha talentos, ele cria os talentos. É fantástico o trabalho do maestro, todos estão de parabéns, foi uma apresentação espetacular, elogiou Pelarin.
Sobre os bastidores, o nervosismo e a tensão, fala o professor da orquestra dos Sonhadores e maestro Gutenberg. Foi algo divino o que aconteceu nessa noite, não tenho palavras para expressar. No começo eles ficaram um pouco nervosos, pois é algo totalmente diferente do que a gente faz nos ensaios. Mas na hora h eles se saíram muito bem. Já dá para ver brilhantes talentos e muitos outros vão surgir. Para a primeira experiência foi perfeito, maravilha, muito bom, concluiu Gutenberg.
