A história de Maria Aparecida dos Santos Rosa não é nova e muito menos inédita. É igual a história de milhares de brasileiros que depois de anos trabalhando não conseguem aposentar e ter o merecido descanso. Dona Maria, como é conhecida, é um exemplo de determinação e disposição que deve ser copiado. No alto dos seus 59 anos, ela percorre todos os dias as ruas do bairro Ubirajara com sua carriola recolhendo materiais recicláveis para vender e complementar a renda familiar que só conta com o salário do marido, que é caminhoneiro.
Sempre trabalhei em sítio. Depois, quando vim para cidade, trabalhei como empregada doméstica. Mas agora, na minha idade, ninguém contrata mais. Por isso pego material reciclável das empresas do bairro para vender e ter meu dinheirinho. Com ele compro roupas, calçados, pago uma conta de água ou de luz, conta Maria Aparecida.
Mas foi há cerca de um ano que o gerente da Secol Materiais para Construção, Rinaldo Fontana, viu Dona Maria recolhendo materiais na rua e a chamou para coletar o que a empresa mandava para a reciclagem. Foi então que as coisas melhoraram. Depois que o Rinaldo e o Júnior me autorizaram a pegar a reciclagem da Secol, consegui aumentar minha renda. Sou muito grata ao pessoal da empresa. Se não fosse por eles, já tinha desistido, porque conseguia muito pouco pegando em outros lugares, revela Dona Maria.
Coletando papelão, plástico, alumínio e ferro há dois anos, ela releva que consegue ganhar aproximadamente R$ 200 por mês.
Sempre bem humorada e disposta, todas as tardes Maria Aparecida passa pela Secol para pegar a reciclagem. Devido ao grande volume de materiais, às vezes ela precisar fazer duas viagens. Recolho reciclagem em outras empresas, mas o forte é aqui na Secol. Aqui tem papelão e plástico sempre, diz Dona Maria enquanto dobra os papelões para colocar na sua carriola.
Ofereci para ela uma parte do material que mandamos para a reciclagem. São folhas de papelão, plásticos e pedaços de metal das embalagens dos nossos produtos. A Maria é um exemplo de vida que as pessoas deviam se espelhar. Ela tem força de vontade, é independente e não aceita doações. Prefere trabalhar, comenta Fontana.
Enquanto o merecido descanso não vem, Maria Aparecida dos Santos Rosa continua a rotina diária de trabalho, sem deixar de lado seus sonhos.