Em entrevista, o delegado José Flávio Guimarães disse que ouvirá, além da classe estudantil, médicos e enfermeiras que atenderam Mariana Finazzi no Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis.
O inquérito começou a tomar corpo. A gente quer saber o que levou Mariana Finazzi a óbito. Ninguém a viu inalando o spray, mas sabemos que cada um participou com R$ 15 para comprá-lo. Viram-na bebendo vinho e quentão, disseram que ela estava alegre e de repente passou mal. Ela estava abraçada com uma colega (Mariana Kleins) quando começou a passar mal. Essa colega está em Santa Catarina, deverei ouvi-la assim que ela voltar das férias. Quando elas caíram, uma se levantou, mas Mariana Finazzi continuou caída. Eles chamavam por ela sem sucesso. Um rapaz a levantou e viu que ela estava com a boca sangrando. Não sabia se esse sangue vinha do nariz ou da boca. Às pressas, a colocaram em um carro quatro portas, no banco traseiro, e ela foi deitada em decúbito dorsal, olhando para cima, no colo de dois colegas enquanto um casal de namorados foi na frente levando-a até a Santa Casa. Demoraram de dez a 15 minutos nesse trajeto. No caminho, Mariana Kleins fez respiração boca-a-boca, mas ela já chegou morta. Eu pretendo ouvir posteriormente os médicos e enfermeiras para saber se ela realmente chegou morta. Mas que fique bem claro que eu não estou levantando suspeita quanto ao procedimento dos médicos e enfermeiros - é somente para contribuir com a investigação. Eu perguntei às testemunhas: algum de vocês viu se a Mariana Finazzi estava segurando um frasco de spray na mão? Todos disseram: Não! Mas não fui eu quem fez o levantamento do local, foi o delegado de plantão. O fato é que foi feita a apreensão do produto, que já foi mandado para a perícia. De repente a gente pode até chegar à conclusão de que a morte não se deu em função da inalação do gás. Mas sem o laudo não tem o que se fazer. É preciso aguardar os três exames requisitados - toxicológico, pericial e de necropsia, que deverá chegar em no máximo 30 dias, afirmou o delegado.
José Flávio afirmou que também ouvirá os proprietários da chácara onde ocorreu a festa, mas adiantou à imprensa que médicos, enfermeiras e proprietários da chácara serão ouvidos apenas para auxiliar no trabalho das investigações. Não existe um número exato de pessoas para ouvir em um caso, vou ouvir quantas pessoas for preciso para que o inquérito tenha bastante embasamento, afirmou Guimarães.
Na próxima quinta-feira, 2, o delegado entra de férias e ficará 15 dias afastado do caso. Quem o substituirá será o delegado Saulo Palhares.