Luiz Antônio Pessutto foi vereador por quatro legislaturas ininterruptas em uma época em que não se recebia nenhum centavo para fazer parte da vereança. Pessutto tinha prazer em ajudar aos necessitados com remédios, roupas e cestas básicas. Para ele, político que se preze tem que cheirar povo. Essa é a expressão usada por Luiz, a mesma usada por seu pai, Bernardo Pessutto, quando o incentivou a entrar para a carreira política.
Meu pai sempre gostou de política e me incentivava a entrar nela. Para ele eu cheirava povo, pois sempre fui muito falante, estava sempre rodeado de pessoas por gostar de cantar, brincar e divertir a todos que estavam ao meu redor, disse Pessutto.
Sua primeira legislatura foi em 1970, mas a política sempre esteve no seu sangue. Até hoje ele acompanha às sessões da Câmara pelo rádio e faz questão de discutir com os colegas e familiares os assuntos mais polêmicos e dar o seu parecer.
Após anos militando na vida política, Luiz diz sentir vergonha dos políticos atuais. Hoje a maioria dos políticos só querem saber do salário no final do mês. Na minha época eu era conhecido como um vereador briguento, pois não aceitava que viessem me dobrar. Não aprovava nenhum projeto antes de lê-lo muitas vezes. Hoje tem muita corrupção e malandragem, como eu dizia quando era vereador: no final, vira frango com polenta que é equivalente ao virar pizza que se usa hoje, afirmou.
Outra vez contrariando o dito popular que diz que sobre política, futebol e religião não se discute, Luiz Pessutto faz questão de declarar o seu amor pelo time do coração durante a entrevista. O futebol é minha outra grande paixão, sou corinthiano de coração, declarou Pessutto.
A paixão pelo futebol também o fez ser presidente do Fernandópolis Futebol Clube, o Fefecê. Luiz também foi o primeiro presidente do asilo de Fernandópolis. Por 15 anos esteve à frente da presidência, ao lado do vice, Waldomiro Renesto que o sucedeu na presidência.
Mas o grande hobbie de Luiz Antônio Pessutto é cantar. Já na mocidade oferecia serenatas aos amigos, às namoradas e até mesmo para testar a paciência dos próprios companheiros de seresta: Biriba e Lambari. Lembro-me certa vez que fiz o Biriba e o Lambari fazerem uma serenata em uma casa que não havia ninguém. Eles cantavam, cantavam e ninguém acendia a luz e nem vinha à janela receber a seresta. Depois de tanto cantarolar dei a eles a notícia de que a casa estava vazia. Lembro-me como se fosse hoje a cara que eles fizeram. Tenho saudades dessa época, disse.
Pessutto ainda tem duas outras particularidades muito interessantes. A primeira é o fato de se vestir de Papai Noel há mais de 30 anos. Todo final de ano ele veste a tradicional roupa de cor escarlate, põe uma barba branca postiça e com um saco de presentes nas costas e um cajado na mão direita segue fazendo a alegria da garotada.
A experiência mais marcante foi em 2001 quando desceu de helicóptero no Estádio Cláudio Rodante. Crianças, jovens e adultos, todos queriam abraçar o moderno bom velhinho que trocara o trenó por uma aeronave.
A segunda peculiaridade da vida de Luiz é o fato de aos 78 anos de idade praticar academia todos os dias durante uma hora e meia. Já faz quase 20 anos que ele bate seu cartão das 8h às 9h30 em uma das academias da cidade.
Disposição e alegria não lhe faltam. Até a morte vista como tabu por muitos - ele encara com naturalidade e bom humor: quando eu morrer já avisei, não quero que chorem em meu velório; quero música, flores e crianças. É disso que gosto, concluiu Luiz Antônio Pessutto.