Novo presidente do Fefecê quer resgatar imagem do clube

20 de Agosto de 2025

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Novo presidente do Fefecê quer resgatar imagem do clube
Renato Sabino Colombano é um bem-sucedido empresário da cidade que, na próxima segunda-feira, assumirá difícil missão: a presidência do Fernandópolis Futebol Clube, com todos os problemas que isso representa. Colombano diz sentir emoções diversas nesse momento, oscilando entre a preocupação e a euforia de poder fazer do seu time do coração novamente um vencedor. Nascido em Fernandópolis, solteiro, estudante de Direito da Unicastelo, filho de Oswaldo Soler Colombano e de Sonia Regina Sabino Colombano, aos 23 anos de idade ele parte para esse desafio com a ousadia dos jovens e a experiência de quem começou a trabalhar desde cedo.

CIDADÃO - O que o levou a aceitar esse desafio chamado Fefecê?
COLOMBANO – Primeiramente, devido à paixão pelo clube, pela instituição. Desde criança acompanhei o Fernandópolis Futebol Clube, com meu pai, e a gente se divertia muito. Há tempos eu tinha vontade de participar diretamente do clube, e não só como torcedor. Há uns dois ou três anos tenho ajudado, mas nunca participando diretamente. Agora, apareceu essa oportunidade, até um tanto inesperada, já que algumas circunstâncias levaram o nosso presidente a não querer mais o cargo. O Jesus me ligou perguntando se eu não queria assumir o Fernandópolis. Decidi aceitar, porque não podemos deixar acabar essa instituição. Vamos prosseguir no campeonato e tentar resgatar a boa imagem do time.

CIDADÃO - Quais são os pontos mais emergenciais no clube?
COLOMBANO – O primeiro ponto – e foi por isso que eu entrei – é a parte administrativa. Temos que arrumar a casa, colocar os pingos nos is, porque um clube bem estruturado tem mais credibilidade, não só junto à população, mas também com os empresários, a Federação Paulista, enfim, a imagem fica melhor. Desde quarta-feira começamos a trabalhar para mudar essa imagem para melhor. Temos conosco pessoas magníficas, como Álvaro Zonta, que é o vice, o Pavani, até o próprio Jesus Moreti, que não continuará no cargo, porque pretende se afastar um pouco. Ele anda muito cansado. Só que nós queremos o Jesus ao nosso lado, e informalmente isso vai acontecer. Aceitamos a tese dele porque sabemos o quanto o cargo é desgastante. O torcedor quer resultados imediatos, e nem sempre isso acontece. Veja o que aconteceu quinta-feira: O São Paulo, com toda infra-estrutura que possui, perdeu para o Cruzeiro por 2X0 em pleno Morumbi. O Palmeiras que tem um elenco milionário, não está dando muito certo.

CIDADÃO - Você acha que o time atual é suficiente para classificar o Fernandópolis para a próxima fase do campeonato da 2ª Divisão paulista, ou serão necessárias novas contratações?
COLOMBANO – Eu acredito no atual elenco. Só que percebi que os jogadores estavam desmotivados, com o astral abalado, talvez por ter sofrido duas derrotas consecutivas. Isso abala qualquer jogador. Ainda não há contratações, mas o ideal é que nos classifiquemos para a segunda fase do campeonato com esse grupo de jogadores. Novas contratações nesse momento podem desunir o grupo. Temos que dar um voto de confiança. Na reunião que fizemos com os jogadores na quinta-feira sentimos que o ambiente já melhorou e eles estão confiantes na vitória domingo contra o Ilha Solteira. Aproveito para dizer que faremos uma carreata neste sábado chamando a torcida para ir ao jogo. O ingresso será um quilo de alimento não perecível. Esses alimentos serão divididos entre o clube e o asilo São Vicente de Paulo. O jogo será no domingo, às 10h, no “Cláudio Rodante”. Na segunda-feira, às 17h na Câmara acontecerá a transmissão do cargo.

CIDADÃO - Este ano ficou evidente que os clubes bem-sucedidos no interior paulista são os que têm gestão moderna, empresarial, como o Monte Azul, o Votoraty e o Grêmio Osasco – enfim, os chamados clube-empresa. É isso que você quer fazer?
COLOMBANO – Exatamente. Nosso planejamento é esse: constituir um clube-empresa, com uma administração voltada para a filosofia empresarial. Queremos ser um clube que pensa no futuro, e o atleta será tratado como uma mercadoria, no bom sentido – essa mercadoria precisa ser bem cuidada para ter boa qualidade. Mostraremos ao atleta que, sendo responsável, ele valorizará a si e ao clube. Uma equipe de futebol, hoje em dia, tem que ganhar jogos e ganhar dinheiro. Nosso objetivo também é pagar todas as dívidas tributárias e trabalhistas. Para que possamos impor uma mentalidade empresarial, primeiro temos que deixar a casa em ordem.

CIDADÃO - Você pretende buscar apoio em quais setores?
COLOMBANO – Em todos, desde o microempresário até as multinacionais, se for preciso e, claro, se houver possibilidade.

CIDADÃO - O afastamento da torcida é causa ou conseqüência dos recentes anos de penúria do clube? Você acredita que a mudança de mentalidade possa trazer de volta os torcedores do Fefecê, que já lotaram o estádio municipal em tantas ocasiões?
COLOMBANO – Eu acho que há um pouco das duas coisas, a causa e a conseqüência. As derrotas consecutivas levaram à desconfiança da torcida e a consequência é a torcida se afastar de um clube tradicional, que fará 48 anos em novembro; quer dizer, o Fefecê tem quase meio século de história. Como você sabe, é um clube respeitado fora de Fernandópolis. Hoje, de Tanabi até Santa Fé do Sul, o Fefecê é o único time profissional; goza de respeito na Federação Paulista e voltará a ter o respeito da torcida de Fernandópolis.

CIDADÃO – Você é daqueles que acha que o futebol divulga a cidade?
COLOMBANO – Eu não acho, tenho certeza, porque o Fernandópolis em muitas ocasiões levou o nome de nossa cidade para várias regiões do Brasil. Com um time bem montado isso voltará a acontecer. Veja o caso do Maurinho, que começou no Fefecê: todo mundo o associa à cidade. Com o Wagner e tantos outros também é assim.

CIDADÃO - Há tempos seu nome vem sendo cogitado para assumir o time. Qual é a sua expectativa? Você está motivado ou preocupado? Qual é a sensação?
COLOMBANO – É uma mistura de tudo isso – euforia, preocupação, alegria... todas essas emoções juntas, na verdade é bem aquilo que o futebol traz. Quero mesmo é trabalhar muito e não prometer nada. Teremos pela frente dois anos de trabalho e nesse biênio não teremos medo das dificuldades que virão pela frente. É preciso ser ousado, sem perder o pé no chão. Às vezes, é preciso ousar, e nós o faremos. Muitos obstáculos virão, mas nós vamos enfrentá-los.