Uma historiadora por vocação e paixão

20 de Agosto de 2025

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Uma historiadora por vocação e paixão
Rosa Maria de Souza da Costa - mais conhecida como “Rosinha” – não é natural de Fernandópolis, mas sua história de vida está intimamente ligada à cidade. Através do seu trabalho como historiadora – Rosinha, junto com Amadeu Jesus Pessotta, Áurea Maria de Azevedo Sugahara e Waldomiro Renesto, escreveu o livro “Fernandópolis - Nossa História, Nossa Gente”, que conta a história de Fernandópolis desde sua fundação. O trabalho – que contou com apoio da Prefeitura Municipal – é uma das fontes mais ricas de pesquisa sobre o município.

Em apenas seis meses o grupo desenvolveu e concluiu o projeto. O tempo recorde só foi possível devido ao trabalho de Rosa e sua cunhada Vanda Lima, que desde 1988 vinham pesquisando a história da cidade. “Em 1988, a Prefeitura nomeou uma comissão para escrever a história do município, mas acabou não vingando. Em conversa com minha cunhada, Vanda, nós decidimos pesquisar por nossa conta. Essa pesquisa é a primeira parte do livro Fernandópolis - Nossa história, Nossa gente. Levamos cerca de cinco anos para escrevê-la”, disse Rosa.

A paixão por história vem desde a infância. Rosinha conta que quando era criança a mãe tinha costume de mostrar um álbum ilustrado, da época de 1929, que contava a história de fundação de São José do Rio Preto.

A leitura era sempre muito atrativa, pois um dos personagens do livro era o seu avô, o coronel Vitor Cândido de Souza, que foi co-fundador de Mirassol. Volta e meia um dos quatro filhos do casal – Querton Ribamar; Maria Teresinha; Maria Imaculada e Rosinha – pedia: “mãe, quero ver o livrão”.

Rosinha nasceu em Mirassol, e saiu de lá aos 18 anos para estudar em colégio de freiras. Fez a escola normal e, em 1958, seu pai – Adolfo Cândido de Souza – decidiu mudar-se para Fernandópolis. Chegando à cidade, deu aulas durante um mês em uma escola isolada, conhecida como “Escola da Encruzilhada”, à qual ia de charrete.

No mês seguinte, foi embora para Londrina para morar com a irmã e estudar. Lá arrumou trabalho na biblioteca municipal e depois na biblioteca da Faculdade de Direito de Londrina.

Nessa época, Rosinha decidiu fazer um curso superior. A faculdade só oferecia os cursos de Direito, Letras, História e Geografia. Ela então optou por História. No terceiro ano de faculdade, transferiu sua matrícula para uma faculdade de Campinas, para ficar mais perto da família, pois o pai não estava bem de saúde.

Quando concluiu o curso, voltou para Fernandópolis e conseguiu aulas na escola Líbero de Almeida Silvares – EELAS. Lecionou também em Votuporanga, mas acabou aposentando-se como professora das EELAS em 1988.

No mesmo ano foi convidada a lecionar no Colégio Anglo, e ali permaneceu por cinco anos. Em 1990, com a abertura do curso de História na Fundação Educacional de Fernandópolis, passou a dar aulas na FEF. Nesse ano, Rosinha desligou-se das aulas e passou a trabalhar somente no Centro de Documentação e Pesquisa da FEF (CDP).

Aos 69 anos, Rosinha se diz realizada, mas ainda quer mais da vida. “Ás vezes as pessoas me perguntam: você não vai parar de trabalhar? Mas acho que ainda tenho muita coisa para fazer e não sei se vai dar tempo”, disse - em meio a risos – Rosinha.

Entre os sonhos que ainda quer ver se realizarem está o de ver os netos formados e realizados na vida. “Eu adoro meus netos, sou do tipo de avó coruja. Vejo neles a continuação da minha vida”, concluiu a historiadora