Ademar Simplício de Souza e Janete de Souza Rodrigues se conheceram, namoraram, noivaram e casaram em menos de um mês. A história do casal poderia ser resumida em quatro palavras: amor à primeira vista. Mas, entre risos, eles dizem que essa frase não pode ser aplicada na vida dos dois, pois ambos são deficientes visuais.
Ademar e Janete estão juntos há quase oito anos, e se conheceram através da professora Noemi Sales Balestrieri, que dá aulas para deficientes visuais na escola Ivonete. Segundo Janete, tudo começou quando ela foi informada pela escola em que estudava, no Jardim Uirapuru, que ela não estava conseguindo acompanhar os demais alunos da sala.
A solução foi procurar a professora Noemi na escola Ivonete, que abrigava alunos especiais. Foi através de Noemi e da escola que eu conheci o meu marido. Ele estudava lá com seus dois irmãos. Por serem muito amigos da professora, ela havia prometido a Ademar que - quando encontrasse uma mulher especial, lhe apresentaria para que pudessem se conhecer e quem sabe até namorar e casar. E assim aconteceu, disse Janete.
Eles se conheceram em novembro de 2001 e se casaram em 27 de dezembro do mesmo ano através da ajuda de amigos e familiares. Uma das pessoas que mais ajudou o casal foi a presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis (ADVF), Célia Mafra.
Sobre a história do casal, comenta Célia. O Ademar era aluno da associação, quando conheceu a Janete. Na época, ele veio me procurar para dizer que estava apaixonado por ela que gostaria de namorar e casar e perguntou o que eu achava. Eu dizia que ele deveria seguir seu coração. E ele me disse: então vou me casar, você me ajuda? Então comecei a pedir a ajuda de alguns amigos, pois eles não tinham nada para casar. Fizemos um enxoval de cama, mesa, banho e roupa íntima. Consegui um hotel para que eles passassem a noite de núpcias, com direito a shampagne, fizemos uma festa para 40 pessoas na sede da ADVF após o casamento. Eles vivem muito bem e são muito felizes, disse Mafra.
Ademar é monitor de informática na ADVF e Janete vende produtos do Avon e moram no Jardim Uirapuru. Apesar da deficiência levam uma vida normal. Não pensam em ter filhos, pois o problema dele é genético e as chances da criança nascer com a mesma deficiência é grande.
Mas nada disso impede a felicidade do casal. Não podemos dizer que foi amor à primeira vista, mas foi por Deus. Eu adoro aquele jeitinho dele, gosto da sinceridade, de tudo o que ele representa. Agradecemos todos os dias a Deus pela nossa união e pelas pessoas que nos ajudaram a casar. Somos um casal feliz. Ele é muito romântico, sempre compra as coisas que gosto e eu faço o mesmo por ele, concluiu Janete.
