Aos 41 anos de casados, Judite e Pereira continuam apaixonados

20 de Agosto de 2025

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Aos 41 anos de casados, Judite e Pereira continuam apaixonados
Judite Maria Moraes da Silva, 62, e Sebastião Pereira da Silva, 65, conseguiram driblar as dificuldades da vida a dois e fazer do casamento uma união verdadeira, harmoniosa e feliz. Eles estão juntos há 41 anos e ainda dizem um ao outro “eu te amo” todos os dias. Para o casal, declarar o amor é combustível para uma boa relação.

Mas não se tratam apenas de palavras, eles se amam de verdade. O segredo dessa felicidade, segundo eles, é o prazer de fazer um ao outro feliz. “Eu trato ao meu marido como um convidado de honra na minha casa. Se ele diz: “- Amor, eu preciso falar com você’, paro tudo o que estou fazendo para dar atenção a ele. E assim é ele comigo, quando peço sua atenção quando está assistindo a tevê, por exemplo, ele a desliga e diz: sim meu amor, vamos conversar. Estamos em primeiro lugar um para o outro”, afirmou Judite.

Bastam poucos minutos ao lado do casal para sentir esse amor. Alguns podem até pensar que Judite ou Pereira tiraram a sorte grande ao encontrar a tão sonhada alma gêmea, cujo amor geralmente é à primeira vista. Mas não foi bem assim.

Quando eles se conheceram, em Fernandópolis mesmo, Judite nunca havia namorado e queria ser freira. Já Sebastião, estava prestes a ficar noivo. “A primeira vez que nos vimos eu estava indo para casa da minha namorada, mas antes parei em um armazém de secos e molhados. Foi quando me deparei com Judite e uma amiga, que me pediram para dar uma volta a cavalo. Eu simplesmente fui embora sem responder”, disse Pereira.

Na semana seguinte, Judite e mais quatro amigas acompanhadas dos namorados decidiram ir ao cinema, mas como ela era a única que não tinha um namorado, decidiram arrumar um acompanhante para a garota. Por acaso, Sebastião e mais dois amigos estavam no mesmo local que as cinco garotas quando elas bolaram o plano de escolher, entre os três, um que mais agradasse à amiga.

“Eu não queria nenhum dos três. Um era velho, o outro era novo demais e o último – que era o Sebastião – era negro. Eu não gostava de negros. Mas minhas amigas me diziam: - preste atenção naquele moreno, veja como ele está arrumadinho. Não demorou muito o próprio Sebastião enviou um dos amigos para falar comigo em seu nome. Aquela noite acabamos ficando juntos, mas não fomos ao cinema, pois ele não tinha dinheiro”, disse Judite sorrindo.

Na noite em que eles se conheceram, Judite se apresentou como Marlene. Como não tinha pretensão de namorá-lo, resolveu omitir seu nome verdadeiro. No terceiro encontro, num parque próximo à “Munheca”, a mentira foi descoberta quando ele a abraçou um pouco mais forte do que era permitido na época. “Eu disse a ele: olha aqui, ninguém nunca passou por cima do nome da família Moraes. Quer saber também, meu nome não é Marlene, é Judite. E se você quer uma mulher para casar, que te ame e te respeite pode contar comigo; mas se não é isso que você quer, então procure um prostíbulo. E tem mais, se você quer um compromisso sério comigo, terá que falar com o meu pai”.

Naquele instante, Pereira não disse uma palavra sequer; mas no domingo seguinte, lá estava ele sentado no sofá da casa de Judite pedindo sua mão em casamento para o pai. Dois anos, dois meses e 12 dias depois eles estavam no altar. As lembranças ainda estão muito vivas na mente do casal, como a data do início do namoro: 2 de julho de 1966; o primeiro beijo: 20 de agosto de 1966; o dia em que Judite conheceu a família de Sebastião: 7 de setembro de 1966.

Judite e Pereira contam que no início do casamento não foi muito fácil alinhar os pensamentos; mas com muito diálogo eles foram conseguindo compreender melhor um ao outro. Para tanto, eles realizavam mensalmente reuniões para refletir e discutir assuntos acerca do casamento. “Fizemos isso por muitos anos, mesmo depois que tivemos nossos filhos. Só que aí fazíamos diferente, não conversávamos em casa. Reservávamos um dia para sairmos para uma pizzaria ou um barzinho só para conversarmos. Às vezes temos atritos, mas sempre nos entendemos depois. A regra é nunca revidar quando um está bravo; deixamos passar alguns dias e com calma e muito amor tocamos no assunto”, disseram.

Uma das coisas que o casal também não se esquece é de lembrar as datas de aniversário, casamento, Dia dos Namorados, Dia das Mães, entre outras. Muitas vezes não só lembram como comemoram com flores ou saem para comer uma pizza. Outro fato importante da vida de Judite e Pereira é que ambos fazem parte do grupo de teatro e “Contadores de História” da Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade). No próximo dia 17 de julho eles apresentarão a peça “Ah, se o Anacleto soubesse”. Judite fará o personagem principal, “Anacleto”, e Pereira ficou encarregado de fazer o personagem “Antonico”, um delegado fajuto.

A vida de Judite e Pereira tem servido de modelo para muitos casais, pois além deles se dedicarem à vida particular e tantas atividades, ainda se dispõem a ajudar a outros casais que passam por problema. “Já ajudamos muitos casais que estavam com o casamento quase destruído e que hoje vivem bem”, afirmam.

Especialmente para os leitores do CIDADÃO, o casal dá dez dicas de como um casal deve se comportar para ter uma vida matrimonial bem-sucedida:

1- Manter sempre um bom diálogo
2- Transmitir confiança
3- Dar honra ao seu companheiro
4- Pedir perdão/não guardar mágoas
5- Respeitar um ao outro
6- Ser educado
7- Não relaxar com a aparência após o casamento/estar sempre bem produzido para seu companheiro
8- Se dedicar ao seu companheiro
9- Caminhar sempre de mãos dadas na mesma direção
10- Dar prioridade para o seu companheiro/não ser egoísta