A competência de quem sabe conquistar seu espaço

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

A competência de quem sabe conquistar seu espaço
Lídia Mara Ribellato Buíssa é do tipo de mulher guerreira que não se intimida diante das dificuldades; ao contrário, ela se lança, enfrenta aos

desafios e dá o melhor de si para transpor as adversidades e vencer.

Um dos momentos mais difíceis de sua vida foi a doença do pai. Aos 16 anos, Lídia passou a dar aulas de piano para ajudar nas despesas da casa. Seu

único irmão – que na ocasião foi um grande companheiro para ela - começou a trabalhar aos 18 anos, no Banco do Brasil.

“Minha mãe fazia de tudo, costurava, fazia tricô. Era sempre muito alegre e procurava não deixar transparecer que o problema do nosso pai era grave

para não nos preocupar. Eu sempre fui muito apegada com ele, e vê-lo aos poucos perder a consciência – devido a um problema neurológico – foi um dos

momentos mais difíceis da minha vida, isso me deu forças e garra para enfrentar o mundo, tive que ir à luta”, disse Lídia.

Aos 20 anos, Lídia teve a ideia de montar uma escola de ensino musical. Junto com Celina Ikeda – que também é formada em piano – abriu a Edimus,

Escola Dinâmica Musical. Ali ensinavam a tocar piano, violão, teclado, instrumentos de sopros, havia também aulas de balé, ginástica e inglês.

A sociedade durou cerca de oito anos, pois as sócias – que eram formadas também em Educação Artística - decidiram prestar um concurso para professor

do Estado. Ambas passaram e tiveram que desfazer a sociedade e encaminhar seus alunos para o conservatório Santa Cecília. Nesse ínterim, Lídia se

casou com o médico Carmo Buíssa Júnior e teve seu primeiro filho, José Augusto. Dois anos depois tiveram mais um bebê, a menina Ana Carolina.

Com o apoio do marido – que sempre a incentivou a dar aulas – Lídia passou a lecionar em várias escolas de Fernandópolis. “Não me esqueço de um

episódio. Certa vez, quando eu dava aula na Escola Carlos Barozzi, um de meus filhos ficou doente e tive que pedir afastamento sem remuneração.

Quando voltei a lecionar, a diretora da época, Valfíria Benfati (uma pessoa muito correta) me disse que, se fosse para eu voltar a dar aulas e

novamente me afastar, era melhor ficar de licença de vez, pois aquilo atrapalhava muito a escola. Eu disse então que não pretendia me afastar. Com o

passar do tempo ela viu que os alunos gostavam muito de mim e da minha aula. Então, um dia, na frente de todos, ela disse que havia cometido um erro

ao ter dito aquelas palavras para mim e que eu estava desempenhando um ótimo trabalho. O mesmo ocorreu com a dona Wandalice Franco Renesto, que na

época era diretora do Coronel. Ela queria que os alunos me chamassem de dona Lídia; mas eles me chamavam só de Lídia, pois gostavam muito de mim. Eu

queria mesmo era ficar no meio deles, aquilo me fazia bem”, afirmou.

Uma das lutas de Lídia, foi a de ser reconhecida pelo seu próprio esforço e lutar contra o estigma de ser “mulher de médico”. “Para mim sempre foi um

desafio ser reconhecida pelos meus próprios méritos. Não quero ser uma sombra”, disse Lídia.

Depois de militar 14 anos no Estado foi convidada pelo ex-Dirente Regional de Ensino, Antônio Brandini, para ocupar o cargo de assistente pedagógica.

Nesse cargo permaneceu por mais 14 anos. Recentemente, Lídia foi convidada para se lançar em um novo desafio: o de ser diretora regional da Drads

(Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social).

“Quando o Jesiel Macedo veio me chamar para substituí-lo na Drads, achei uma tarefa muito difícil, pois ele é muito bom no que faz. Então ele disse

que sabia do meu potencial e que tinha certeza que eu daria conta. Por outro lado, nunca me imaginei fora da educação; mas resolvi aceitar ao

convite. Esse será mais um desafio que terei de enfrentar, um desafio grande dessa vez, pois a Drads abrange 49 municípios da região. Mas com a mesma

garra com que sempre lutei, me dedicarei a esse trabalho”, concluiu Lígia Mara Ribellato Buíssa.