A cada ano que passa, o fenômeno fica mais nítido: os visitantes da Expô de Fernandópolis têm mais interesse por outras atrações do que pelo gado exposto na festa.
Na realidade, a Expô que, em sua primeira edição, se chamou Exposição de Animais e Produtos Derivados foi se modificando com o passar dos anos. Passou a ser uma festa agropecuária, industrial e comercial. Os animais, motivo principal da concepção do evento, aos poucos foram relegados a um segundo plano. Apenas os pecuaristas se interessam por eles, fazendo muitos negócios de vulto principalmente no último dia, quando os preços tendem a cair um pouco.
Tomaz Alves, um peão nascido em Paulo de Faria (SP), que trabalha em festas do peão há 13 anos, diz que antigamente era mais comum ver famílias interessadas nos animais. Agora, só os touros do rodeio é que interessam às crianças, analisa.
Em 2009, a feira de Fernandópolis foi marcada pela absoluta supremacia do gado nelore. Praticamente não há animais de outras raças expostos nos pavilhões da 42ª Expô. Tomaz acredita que isso se justifica pela crise na produção leiteira: Ninguém mais quer saber de gado de leite. E, para o corte, o nelore é insuperável, garantiu.