José Rodolfo Rodrigues proprietário da Drogacity tem prazer em andar pelas ruas de Fernandópolis e receber o cumprimento dos amigos que tão bem lhe acolheu em 1967, quando decidiu mudar-se de Jales para cá, por acreditar que a cidade era promissora. Depois de 13 anos trabalhando para terceiros, Rodolfo recebeu uma proposta para comprar o ponto da drogaria mais antiga da cidade, a Farmácia Santo Antônio. Apoiado pelos amigos, decidiu encarar o desafio.
Meus amigos diziam que era para eu comprar que eles me dariam uma força. Entre os que mais me incentivou, posso dizer que quem praticamente me obrigou a comprar foi o Luiz Pessutto. No começo foi difícil, mas em um mês eu vi que daria para vencer. Hoje sou muito feliz por ter me estabelecido em Fernandópolis e por ser o único empresário desse setor que possuiu prédio próprio. Tenho muitos amigos aqui, não dou 20 passos se quer, sem cumprimentar um conhecido. Eu sinto gozo dessa simpatia, elogiou Rodrigues.
Quando José Rodolfo comprou a farmácia, o ponto era na rua São Paulo, em frente à agência do Banco Bradesco. Em 1990, passou para avenida Amadeu Bizelli. Nesses 42 anos em que está em Fernandópolis, acompanhou pelo menos três reformas na Praça Joaquim Antônio Pereira e viu a cidade se modernizar; mas diz sentir saudades do tempo antigo. Antigamente existiam menos farmácias, menos concorrência, mais fidelidade e as pessoas acreditavam muito no farmacêutico. Sinto saudade de medicar, revelou Rodrigues.
Rodolfo fez parte da época em que o farmacêutico era chamado de doutor. Quando ele aprendeu a profissão, ainda adolescente, tinha orgulho de ser chamado assim pelos mais velhos. Quando criança, tinha sonho de ser médico; mas depois que o pai morreu - quando ele tinha ainda oito anos idade a vida se tornou um pouco mais difícil e seu sonho um tanto quanto distante da realidade. A opção que encontrou foi se oferecer para trabalhar em uma farmácia. Mesmo sem ganhar nada em troca, Rodolfo entrava às 7h, limpava o estabelecimento; às 8h ia para escola; chegava em casa por volta das 13h; às 13h30 ia para a farmácia e só voltava para casa por volta das 22h30. Foi assim que ele aprendeu a profissão, sujeitando-se a trabalhar em farmácias no começo, apenas em troca da experiência, anos depois passou a ganhar alguns trocados.
Um dos fatos mais interessantes de sua vida, segundo Rodrigues, foi quando foi convidado para substituir um enfermeiro-chefe de um hospital e acabou assumindo o seu posto. O Hospital me convidou para cobrir as férias do enfermeiro-chefe por três meses, quando ele retornou deram-lhe mais três meses, quando voltou o demitiram de vez e me contrataram em seu lugar. Sempre gostei dessa profissão. Já cheguei até a fazer pequenas cirurgias no lugar de médicos e quando era chamado para auxilia-los nas grandes cirurgias, sentia-me honrado. Eu prestava tanta atenção em tudo que via, que seria capaz de fazer um parto de urgência se me deixassem, afirmou.
Hoje, a maior paixão de Rodolfo são seus dois filhos: Jéferson e Rodolfo Júnior. A eles têm dedicado boa parte de sua vida. Apenas parte, porque a outra parte tem dedicado em conseguir uma companheira. Depois de passar por dois casamentos, Rodolfo ainda espera encontrar sua cara metade. Romantismo não lhe falta, pois é daqueles que gosta de presentear com flores, fazer surpresas em datas especiais e namorar ao som das músicas do rei Roberto Carlos. Apesar de não ter tido sorte nos dois primeiros casamentos; tenho filhos que valem ouro. Mas ainda espero encontrar minha cara metade. Sou daqueles que sofre quando me dão um chapéu, pois sou romântico, gosto de presentear com flores. Não tenho um bom vocabulário, mais que ainda consigo fascinar as mulheres, concluiu José Rodolfo Rodrigues.