Eles têm a idade de Fernandópolis: 70 anos

20 de Agosto de 2025

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Eles têm a idade de Fernandópolis: 70 anos
Fernandópolis completa nessa sexta-feira, 22, 70 anos. A cidade – que teve início a partir da junção de duas vilas – há muitos anos deixou de ser uma pequena cidadezinha. Em sete décadas, ela ganhou novos contornos e conquistou seu espaço na região da Alta Araraquarense.

Parte dessa história é narrada por populares, que, orgulhosos, fazem questão de voltar no tempo para contar detalhes da formação do município e matar saudades de momentos que não voltam mais.

É com esse sentimento que o casal Alcebíades Alves Barreto e Arinda Alves da Silva Barreto relembram parte da história de Fernandópolis. Mas com muita propriedade, pois eles têm exatamente a mesma idade da cidade. No início desse ano, ambos completaram 70 anos de vida; ela em 15 de janeiro e ele em 9 de março.

Alcebíades nasceu em Fernandópolis; já sua mulher - apesar de ter nascido em Macaubal - desde criança sempre teve o desejo de morar aqui. Em 1962, quando seu pai decidiu vender suas terras e comprar a Fazenda Jagora em Fernandópolis, o sonho de Arinda se realizou.

Anos mais tarde, Arinda e Alcebíades se conheceram através de uma sobrinha dele e começaram a namorar. Oito meses depois eles estavam casados. “Naquela época não podia namorar muito tempo, logo tinha que casar. Os namoros de antigamente era um para lá, o outro para cá e o pai bem pertinho do casal de namorados, que ficava sentado em um sofá na sala. Só dava tempo de tomar um cafezinho, bater um papo e logo já tinha que ir embora”, relembrou Arinda.

Com saudades, o casal lembra dos flertes e os passeios no jardim – que era chamado de “footing” – dos momentos de lazer no cinema, das missas e procissões que eram feitas na Sexta-feira Santa.

Alcebíades conta também que, aonde é a Praça da Matriz hoje, havia um jardim cheio de árvores em que os fazendeiros se aproveitavam das sombras para fazer negócios. O transporte urbano da época já era feito pela Empresa Santa Rita, mas em uma perua Kombi.

A luz era fornecida por um pequeno motor, que ficava onde está localizada a “Munheca”. Às 23h ele era desligado. Para ver a claridade, só por intermédio da luz da lua ou de uma lamparina.

“A vida era difícil”, ressaltou Arinda no meio da entrevista. Mesmo com tantas dificuldades que teve que enfrentar naquela época, ela sente saudades; mas não deixa de elogiar as maravilhas que o progresso trouxe para Fernandópolis. Entre elas, o Shopping Center, os edifícios e, principalmente, as faculdades.

“Nossos filhos – Aluísio, que hoje é dentista, e Elenice, que é professora – tiveram que estudar fora, pois aqui não existia faculdade. Hoje temos dois netos fazendo faculdade aqui. Isso é muito importante. Ter um estudo é muito importante, fizemos de tudo para dar estudo aos nossos filhos. Como não pudemos estudar, pois naquela época a família era muito grande, nos esforçamos para ver nossos filhos formados. A formatura dos dois foi uma das maiores alegrias de nossas vidas. Eles são o nosso orgulho”, concluiu o casal.