Como era o mundo em 1939, ano da fundação

20 de Agosto de 2025

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Como era o mundo em 1939, ano da fundação
A humanidade não vivia um período tranquilo, quando Joaquim Antonio Pereira e outros pioneiros ergueram o cruzeiro que simbolizava a fundação de Vila Pereira, em 22 de maio de 1939.

A perspectiva de que eclodisse a 2ª Guerra Mundial – fato que, efetivamente, viria a acontecer, três meses depois – tirava o sono do planeta. Dias antes do início do conflito, porém, precisamente a 23 de agosto daquele ano, o mundo se surpreenderia com a assinatura do pacto de não-agressão entre Alemanha e União Soviética, já que a pregação nazista tinha entre seus temas preferidos o horror ao comunismo.

No entanto, o ditador Josef Stalin e o ministro das relações exteriores do Reich, Von Ribbentrop, sentaram-se frente a frente e assinaram o pacto anti-Komintern.

Naquele ano de 1939, Walt Disney criaria o seu imortal personagem Mickey Mouse, o ratinho esperto que simbolizava o bem na luta contra o mal. Por essa época, nascia nos EUA outro personagem que também entraria para a História, só que pela porta dos fundos: Lee Harvey Oswald, que em 22 de novembro de 1963 assassinaria, em Dallas, no Texas, o presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy.

Francisco Leon continuava a fincar os marcos da vila nascente do noroeste paulista, e o mundo seguia seu caminho. No ano de 1939 morria Sigmung Freud, o pai da psicanálise. Morria, também, o Papa Pio XI, sendo sucedido por Pio XII, cujo papado duraria até 1958.

Hollywood lançava em cinemascope o clássico ...E o Vento Levou, que arrebatou o Oscar de melhor filme de 1939. No Brasil, o cantor Francisco Alves, o “Chico Viola”, gravava a imortal “Aquarela do Brasil”, de Ari Barroso.

O Sport Club Corinthians Paulista se sagrava tricampeão paulista, com um esquadrão que ficou na memória dos torcedores do alvinegro. Na Bahia, o poço Lobato jorrava petróleo – era a primeira vez que isso acontecia no Brasil, que anos depois desencadearia a campanha do “petróleo é nosso”, que levou à prisão, por uns tempos, o escritor Monteiro Lobato.

No Rio de Janeiro, acontecia o primeiro acidente da aviação comercial brasileira: um Junkers 52 trimotor da Vasp se chocou, logo após decolar do aeroporto Santos Dumont, com um Havilland 90 de uma empresa argentina. Não houve sobreviventes em nenhuma das aeronaves.

Alheia a tudo isso, Vila Pereira, a futura Fernandópolis, continuava sua escalada rumo ao desenvolvimento. Diversas famílias chegavam semanalmente à comunidade que nascia no Sertão de Rio Preto, em busca de um futuro melhor. Matas eram derrubadas, dando lugar às lavouras e às pastagens. Olarias preparavam as telhas e tijolos para as rústicas moradias. No coração do lugarejo, florescia um pujante comércio. Aos poucos, chegavam os primeiros médicos e advogados.

Setenta anos depois, os descendentes daqueles homens e mulheres valentes contemplam as ruas asfaltadas, os arranha-céus e os campi universitários - frutos do trabalho de gerações que acreditaram no sonho de Pereira.