Depois de ganhar destaque nacional, a luta do juiz Evandro Pelarin para inserir o jovem Carlos Henrique Gavioli no mercado de trabalho aos 13 anos de idade, será citada em um livro da escritora paulista Nelma Marlene Castro. Nelma tomou conhecimento do caso através da mídia e se identificou com ele por ter uma história de vida parecida. Ela começou a trabalhar depois que seu pai faleceu, quando a escritora tinha 16 anos de idade.
Segundo ela, o trabalho a tornou uma mulher mais madura, digna e honrada. Quando comecei a trabalhar, meu patrão me colocou, logo de início, para varrer a calçada da loja, eu me senti muito envergonhada, pois tinha ido muito bem arrumada para o primeiro dia. A minha vontade era de fugir, pois eu era bem conhecida na cidade. Passou um senhor naquela hora e disse: nunca vi essa calçada tão bem varrida como hoje, continue fazendo seu trabalho sempre bem feito que você um dia alcançará lugares de destaque. Eu nunca mais vi aquele senhor, mas conforme ele disse aconteceu. Hoje procuro fazer o mesmo com o meu filho, disse.
Nelma, que hoje é casada, pôs o seu primeiro filho para trabalhar aos 9 anos de idade, por uma hora e meia, em uma horta de um amigo, com o objetivo de ocupar seu tempo. Como eles moravam em um colégio interno onde só havia pessoas ricas, tinha medo que o filho não soubesse dar valor à vida, como ela cedo aprendera. Hoje seu filho tem 38 anos e lhe agradece por tê-lo incentivado ao trabalho e o livrado das ruas.
Ao colocar a experiência do adolescente Carlos Henrique Gavioli, (Fernandópolis, São Paulo), que li num jornal, entre outros exemplos, impressionou-me a atitude amadurecida dele em desejar estudar e trabalhar para ser alguém que possa fazer a diferença no amanhã. Meu desejo é apenas contribuir, para o resgate de alguns valores básicos que estão sendo negligenciados e também para a reconquista de relacionamentos mais sensatos e fortalecidos, e assim colaborar para que possamos fazer escolhas mais assertivas.
A escritora garante que será um livro de leitura rápida e fácil de interpretar. Tudo isto está acontecendo com a contribuição de muitas pessoas, que têm feito um trabalho exemplar em nossa sociedade e não se calam diante de tantas atrocidades que estão destruindo os seres humanos, principalmente os nossos menores de hoje, a nossa futura geração. Entre elas o juiz Evandro Pelarin, da Vara de Infância e Juventude e Alan José Mateus, Conselheiro Tutelar de Fernandópolis, aos quais sou muito grata, concluiu Nelma.
