Ela ganhou uma nova vida

20 de Agosto de 2025

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Ela ganhou uma nova vida
Alice da Silva Ferrarezi dedicou boa parte de sua vida à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) – aliás, ainda dedica. Dona de um coração grandioso e presença celestial que irradia, ela é querida não só pelos alunos especiais e funcionários da Associação, mas por todos que a cercam.

Sua elegância, fala pausada e linguagem sofisticada de professor nem sempre transmitem, à primeira vista, essa imagem; mas basta alguns minutos ao seu lado para notar essa e outras virtudes.

Além de se dedicar à APAE, Alice faz parte do Rotary Clube Nova Era, da Volfer (Associação de Voluntários da Santa Casa), da Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade), canta em um coral e cuida de sua fazenda.

Para dar conta de todas essas atividades, ela levanta às 6h e só para por volta da meia-noite. Quando se sente cansada, não ousa reclamar da vida; antes, agradece todos os dias a Deus pelo dom da vida.

Depois que Ferrarezi perdeu o marido e quase ficou paraplégica devido a um acidente automobilístico que ocorreu em 1980, fez o propósito de nunca mais reclamar da vida.
“Eu perdi o meu marido quando ele tinha 48 anos de idade. Nós estávamos voltando de São José do Rio Preto quando sofremos um acidente. Ele morreu na hora, eu quebrei uma vértebra e fiquei três meses em uma cama sem poder me mexer. Então pedi a Deus para que me tirasse daquela situação e, caso Ele me atendesse, eu jamais reclamaria de cansaço. E assim Ele fez”, afirmou.

Em cumprimento à sua promessa, tem prazer em vestir uma roupa mais despojada, calçar suas botas e passar o dia todo trabalhando na fazenda. “Eu ando por toda fazenda; antes andava livremente; agora nem tanto, pois descobri que lá tem uma onça. Então procuro estar sempre acompanhada”, comentou, em meio a risos, Alice.

Para conseguir voltar a sorrir, mesmo depois da perda do marido, Ferrarezi tomou a decisão de deixar de lado a tristeza e passar a auxiliar outras pessoas que também enfrentavam dificuldades. Segundo ela, ver a luta das outras pessoas faz minimizar ou até se esquecer dos problemas particulares. Quando a tristeza bate em sua porta, logo trata de agendar uma visita a uma pessoa necessitada ou se envolver em alguma ação social.

Quando Alice olha para o passado, ao invés de reclamar ou questionar o porquê de tantas situações, ela faz diferente; agradece a Deus pela maravilhas que tem feito em sua vida. “Somos auxiliares da ação divina. Deus é infinito e tem caminhos para nos fazer chegar até ele. Deus tem me abençoado, todas atividades que me proponho a fazer Ele coloca Sua mão”, disse Ferrarezi.

Sobre a experiência de ter sido presidente da APAE por aproximadamente 14 anos, ela diz ter sido um dos momentos mais marcantes de sua vida. “Todos os momentos na APAE foram marcantes. A lição que tirei do meu trabalho na entidade é de que não somos nada, por isso precisamos da graça de Deus todos os dias nas nossas vidas”, concluiu Alice da Silva Ferrarezzi.