Amor de mãe não tem idade

20 de Agosto de 2025

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Amor de mãe não tem idade
Elas passam noites sem dormir quando eles adoecem. Comemoram suas vitórias e quase desfalecem diante das derrotas. Seu amor não tem limites. Por vezes, renunciam ao seu próprio “eu” e se entregam por amor a alguém que é continuação de si mesma. Mãe! É a expressão mais sublime do amor do Criador na terra. Basta que brote uma sementinha em seu ventre para que esse sentimento se manifeste e aflore independente da idade, raça ou experiência de vida.

Outrora, meninas com tão pouca idade, brincavam de “casinha” com uma boneca de pano e, quando se cansavam da brincadeira, guardavam os brinquedos e cada uma ia para sua casa dormir e desfrutar de um doce sonho qualquer de criança. Hoje essa realidade mudou; cada vez mais cedo, meninas se tornam mulheres e assumem a responsabilidade de ser mãe.

Foi assim que aconteceu com as jovens Suelen, Jussara e Natália. Elas se tornaram mães bem cedo. Suelen e Jussara com 14 e Natália, com um pouco mais, 21. Por vezes elas questionavam seus pais e repudiavam certas atitudes. Hoje, “do outro lado da moeda”, também querem proteger seus filhos e dar o melhor a eles.

Para Suelen, a chegada do pequeno Waylon foi motivo de alegria; mas também de muitas preocupações, pois não estava preparada para assumir tamanha responsabilidade.
“Mudou tudo na minha vida. Confesso que embora eu já soubesse lidar com criança - pois sempre cuidei do meu irmãozinho mais novo, que hoje tem seis anos - eu não estava preparada para assumir tamanha responsabilidade. Hoje tudo que vou fazer é pensando no meu filho. Passei a me dedicar mais na escola, dou mais ouvido aos meus pais e penso em conseguir um trabalho assim que eu terminar o terceiro colegial e fazer uma faculdade para dar uma vida melhor a ele”, disse Suelen dos Santos Ribeiro, 16.

Já Jussara, que teve João Carlos aos 14 anos, surpreendeu sua mãe no quesito responsabilidade e cuidados com o bebê. “Ela me surpreendeu como mãe. Se eu já tinha orgulho dela, hoje tenho muito mais. Ela mudou completamente como filha. Apesar da pouca idade, parece que nasceu para ser mãe, de tão bem que ela cuida do bebê”, afirmou Adriana Vieira da Silva, que se tornou avó aos 31 anos.

Segundo Jussara, essa não foi sua primeira gravidez; aos 13 anos de idade ela engravidou, mas acabou perdendo o bebê aos seis meses de gestação. “Eu quase morri, pois quando os médicos tiraram o nenê da minha barriga, ele já estava morto há sete dias. Fiquei entre a vida e a morte e entrei em depressão quando recebi a notícia de que havia perdido meu bebê. Hoje o João Carlos veio suprir aquele vazio que havia ficado no meu coração”, declarou Jussara Cristina da Silva, 15.

Seu maior sonho é retomar os estudos - que deixou na 5ª série - e cursar a faculdade de Direito para dar uma vida melhor à sua família. Jussara mora no bairro Ipanema em uma casa de dois cômodos com seus pais. Ao todo, moram na casa nove pessoas. Apenas o marido e o pai trabalham para sustentar a casa. A renda total da família não chega a R$ 1 mil. Para mudar essa realidade, o marido também pretende voltar a estudar, pois hoje reconhece o valor do estudo.

Já Natália Neves Pereira Marson, 22, teve o pequeno David aos 21 anos; sete anos depois que Suelen e Jussara. Mas segundo ela, seu sonho era ter sido mãe muito antes, pois é apaixonada por crianças. Quando seu filho nasceu, tanto ela quanto o esposo – Márcio – estavam no 8ª semestre do curso de Enfermagem. Em junho, eles concluem a faculdade, mas até chegar lá, a trajetória de trabalhos, seminários e monografia não será nada fácil, somada à responsabilidade de cuidar do David – que já está com um ano e sete meses e já faz mil e uma travessuras.

“Quando o David nasceu não foi muito complicado porque eu peguei licença maternidade. Mas esse último semestre está complicado porque ele sente muito a nossa falta e nós estamos na época de fazer a monografia, quase não temos tempo. Quando ele era recém-nascido dormia muito, agora não”, disse Natália.

Mas para dar conta de uma monografia de no mínimo 50 páginas e participar todos os dias das aulas, Natália teve que fazer um acordo – que já dura quase dois anos - com uma prima. “Três dias na semana, durante o dia, eu fico com o filhinho dela para ela poder ir à faculdade e quatro dias na semana ela fica com o David para eu e o Márcio podermos ir à faculdade. No final das contas, acabamos cuidando de duas crianças. Mas eu amo crianças, quero ter mais dois filhos e assim que assim que concluir meu curso, pretendo fazer uma pós-graduação em obstetrícia e pré-natal. Esse é o meu grande sonho”, concluiu Natália.